Poucos reconhecem essa relação, principalmente no auge dos sintomas, mas existe um impacto direto entre a ansiedade e saúde bucal. Afinal, tanto o emocional pode afetar a cavidade oral, quanto problemas na boca podem interferir na saúde mental.
Geralmente, pessoas com problemas no sorriso se sentem inseguras para conversar e interagir no trabalho, faculdade ou mesmo escola, o que pode interferir no rendimento e afetar o psicológico.
Somado a isso estão os problemas com a autoestima. O sorriso é o principal cartão de visitas que alguém pode ter e, se ele não estiver bem aparentado, pode criar uma insatisfação pessoal (ou mesmo nas relações), o que pode gerar até depressão.
Desse modo, quando a aparência do sorriso começa a influenciar na saúde mental, afetando a autoestima e o bem-estar, é importante buscar o auxílio profissional para conciliar os tratamentos psicológicos e odontológicos, seja por meio da terapia e colocação de aparelho ortodôntico ou mesmo demais acompanhamentos e uso de implante, por exemplo.
Isso porque a ausência dental e o seu posicionamento tendem a ser os aspectos que mais afetam a qualidade do sorriso e que mais podem influenciar na saúde mental, trazendo desconfortos ao sorrir ou socializar.
Assim, procurar formas para correção do alinhamento e reposicionamento de uma peça, substituindo o dente, se mostram fundamentais no processo terapêutico e de recuperação da autoestima.
No entanto, o contrário também pode ocorrer, fazendo com que o agravamento de fatores como a ansiedade, depressão e estresse, também impactem na estrutura e qualidade do sorriso, como veremos no decorrer dos próximos tópicos.
O que a ansiedade pode causar à saúde bucal?
Conforme já foi dito, o contrário também acontece, ou seja, existem efeitos da ansiedade que chegam a agravar quadros bucais e até afetar a resistência dental.
Alguns dos principais problemas que podem aparecer serão colocados aqui. Confira.
Hábito de roer unhas
Além de ser anti-higiênico, o hábito de roer unhas pode prejudicar a estrutura dos dentes, danificando o esmalte dentário, principal fator protetor da arcada dentária.
O efeito negativo desse hábito é o mesmo de chupar dedo quando se é bebê, que pode prejudicar o crescimento dos dentes, fazendo com que fiquem tortos e dependam de procedimentos corretivos, como a colocação de um aparelho dentário.
Além disso, o hábito recorrente pode fazer com que a estrutura fique fragilizada, facilitando erosões, trincados e até quebras dentais.
Este hábito pode se manifestar mais comumente em pessoas que sofrem com ansiedade e estão em meio a crise, pois isso pode desencadear a necessidade de reduzir a tensão, o que é facilitado por esses mecanismos de alívio, como batucar ou mesmo roer unhas.
Bruxismo
Um dos efeitos mais graves da ansiedade na saúde bucal é o bruxismo, pois é um distúrbio que não tem cura e consiste no apertamento ou ranger dos dentes de forma involuntária e ocorre principalmente durante o sono.
Contudo, cabe ressaltar que isso ocorre apenas quando, de certo modo, há predisposição ao tensionamento dos músculos da face/mandíbula, resultando no agravamento do quadro em casos de ansiedade.
O apertamento ou ranger dos dentes pode trincar ou mesmo quebrar um dente, deixando-o desalinhado ou com acúmulo de bactérias.
Nos casos em que a estrutura dentária foi toda comprometida dessa forma, é preciso ir a um cirurgião-dentista para que ele retire o dente, faça a limpeza do local e coloque um implante dentário.
Já quando o problema foi identificado rapidamente, procedimentos de controle do quadro podem ser realizados, evitando a perda dentária.
Basicamente, para reduzir a tensão dental, quem sofre de bruxismo precisa utilizar a placa protetora para amortecer o impacto do ranger dos dentes. Além disso, o tratamento psicológico também é indicado, quando o quadro tem interferência da ansiedade e estresse.
Uso de álcool e cigarro
O uso de álcool e cigarro em excesso pode ser usado como uma válvula de escape e alívio para quem está fragilizado emocionalmente.
Contudo, esses hábitos podem fazer com que a saúde bucal fique extremamente prejudicada, contribuindo para o surgimento de bactérias e mau hálito, além de acarretar a perda dentária.
Consumo de doces
A compulsão alimentar é outro fator preocupante que é utilizado pelas pessoas com ansiedade, que acabam descontando suas questões psicológicas na alimentação e, frequentemente, os alimentos ricos em açúcar são os mais ingeridos pela sensação de bem-estar proporcionada quando ingeridos.
No entanto, o açúcar faz muito mal à saúde bucal, favorecendo o acúmulo de bactérias e ações corrosivas dessas substâncias em contato com o dente.
Por conta disso, o esmalte dentário pode se tornar fragilizado, tornando a dentição desprotegida e com chances de ter doenças bucais, como cárie e periodontite.
Além disso, bebidas como refrigerante, café e vinho, que também são possíveis alvos de pessoas ansiosas, podem alterar a coloração dos dentes, podendo escurece-los ou manchar-los, bem como podem favorecer os processos corrosivos – também devido a acidez.
No caso de apenas a coloração ser prejudicada, o clareamento dental é o procedimento mais recomendado para recuperar a tonalidade original da arcada dentária.
Já quando ocorre o processo erosivo, é preciso avaliar o grau de comprometimento estrutural, podendo demandar desde a reposição de flúor e minerais até a extração dentária.
Como controlar a ansiedade e ter uma boa saúde bucal?
Primeiramente, é preciso priorizar o bem-estar, ou seja, adotar práticas que façam bem à mente e ao corpo.
Para isso, é possível recorrer à prática de exercícios físicos, alimentação balanceada, separar momentos para atividades de lazer e se relacionar com outras pessoas, favorecendo atividades sociais.
Tudo isso faz a diferença para a saúde mental durante a correria da rotina, bem como para o pleno funcionamento do corpo.
Além disso, é preciso ir ao dentista regularmente para que ele acompanhe a saúde bucal e realize os procedimentos necessários e até almejados pelo paciente.
Assim, desde a limpeza do tártaro e aplicação do flúor, procedimentos recorrentes para a manutenção da cavidade, até a colocação da lente de contato dental para favorecer a saúde mental, o profissional pode contribuir com a manutenção da qualidade de vida de forma ampla e até ajudar na identificação de questões emocionais e seu impacto na dentição, corrigindo os impactos.
Por fim, além desses cuidados, é preciso manter os hábitos de higienização em dia e corretamente, como:
- Escovar os dentes;
- Fazer bochechos com anti-séptico;
- Passar o fio dental diariamente;
- Beber, em média, dois litros de água diariamente.
Além disso, é crucial manter o acompanhamento psicológico para promover mais saúde mental e lidar com as situações e imprevistos que surgirem, preservando todo o corpo dos sintomas psicossomáticos que também podem surgir.
Conteúdo originalmente desenvolvido pela equipe do blog Qualivida Online, site no qual é possível encontrar diversas informações, dicas e conteúdos ricos sobre os cuidados com a saúde física e mental.