Cânceres nasofaríngeos são cânceres que se originam na parte posterior da passagem nasal, desde acima do palato mole até à parte superior da garganta.
As pessoas geralmente desenvolvem caroços em seus pescoços ou podem ter uma sensação de entupimento ou de dor nos ouvidos e podem ter perda auditiva.
É necessário fazer uma biópsia para diagnosticar o câncer e são realizados exames por imagem para avaliar a extensão do câncer.
O tratamento envolve radioterapia, quimioterapia e, por vezes, cirurgia.
A nasofaringe inclui a parte posterior da passagem nasal desde acima do palato mole até à parte superior da garganta. A maioria dos cânceres nasofaríngeos são carcinomas de células escamosas, que significa que o câncer se desenvolve nas células escamosas que revestem a nasofaringe.
Estatística do câncer de nasofaringe
O câncer da nasofaringe pode ocorrer em pessoas de qualquer idade. Embora seja raro na América do Norte, o câncer de nasofaringe é um dos cânceres mais comuns entre os chineses, especialmente no Sul da China e no ancestral Sudeste da Ásia. Este câncer também é mais comum entre os chineses que imigraram para a América do Norte do que dentre os que foram para as outras Américas. É menos comum dentre os chineses nascidos nos Estados Unidos do que dentre seus pais ou avós imigrantes. Os fatores ambientais associados são as nitrosaminas (presentes no peixe salgado seco), hidrocarbonetos policíclicos, níquel, madeira, produtos têxteis, refinados de petróleo, pigmentos de cromo, exposição à fumaça industrial, gás mostarda, gás hidrocarbônico e fuligem, tornam a incidência de carcinoma espinocelular em trabalhadores que manipulam níquel 28 vezes maior que na população em geral. A fuligem de madeira é mais associada ao adenocarcinoma de fossas nasais.
É mais comum em homens. Apresenta dois picos de incidência: 20% dos tumores ocorrem em jovens menores de 30 anos e o restante entre indivíduos entre a 4 a e 5ª década de vida e diagnosticado ao redor dos 51 anos de idade.
O vírus de Epstein-Barr, que causa mononucleose infecciosa, tem uma participação no desenvolvimento do câncer nasofaríngeo. Também há uma predisposição hereditária. Além disso, crianças e adultos jovens que consomem grandes quantidades de peixe salgado e alimentos conservados com nitritos têm maior probabilidade de desenvolver um câncer da nasofaringe.
Visualização do interior do nariz e da garganta
Anatomia O termo nasofaringe é sinônimo de rinofaringe, cavidade posterior das fossas nasais e cavum. É a parte exclusivamente respiratória da faringe. Constitui-se de um trapézio, com os seguintes limites:
– superior: osso esfenóide;
– posterior: corpos vertebrais do atlas e axis (1 a e 2 a vértebras) e se estende da base do crânio até o palato mole;
– anterior: coana;
– inferior: orofaringe e o palato mole.
Suas paredes laterais são músculo-aponeuróticas, exceto na sua porção mais anterior, que é formada pela lâmina medial do processo pterigóide.
É forrada por dentro pela fáscia faringobasilar e no limite externo da nasofaringe pela fáscia bucofaríngea.
Sintomas
É mais frequente que o câncer se propague inicialmente para os linfonodos no pescoço, provocando o surgimento de caroços no pescoço antes de outros sintomas. Ocasionalmente, uma obstrução persistente do nariz ou das trompas de Eustáquio podem primeiramente causar uma sensação de entupimento ou dor nos ouvidos e perda de audição, sobretudo num dos lados. Se a trompa de Eustáquio estiver obstruída, pode-se acumular líquido no ouvido médio. Uma pessoa também pode ter dor de ouvido, o rosto inchado, secreção purulenta e sanguinolenta do nariz, linfonodos inchados e sangramentos do nariz. Parte da face ou um olho podem ficar paralisados.
Diagnóstico
Endoscopia
Biópsia
Exames de diagnóstico por imagem
Para diagnosticar um câncer de nasofaringe, o médico examina primeiro a nasofaringe com um espelho especial ou um tubo de visualização flexível (endoscópio). Se for encontrado um tumor, o médico faz a biópsia, removendo uma amostra do tecido e examinando-a sob o microscópio. É realizada uma tomografia computadorizada (TC) da base do crânio e ressonância magnética (RM) da cabeça, nasofaringe e base do crânio para avaliar a extensão do câncer. Normalmente também é feita uma tomografia por emissão de pósitrons (PET) para avaliar a extensão do câncer e os linfonodos do pescoço.
Prognóstico
O tratamento precoce melhora significativamente o prognóstico do câncer de nasofaringe. Cerca de 60 a 75% das pessoas com câncer em estágio inicial têm um bom resultado e sobrevivem pelo menos 5 anos após o diagnóstico. Menos de 40% das pessoas com câncer em estágio IV sobrevivem pelo menos 5 anos após o diagnóstico.
Tratamento
Radioterapia
Quimioterapia
Às vezes, cirurgia
No câncer de nasofaringe, o tumor é tratado com radioterapia e quimioterapia, porque tumores na nasofaringe são muito difíceis de remover com uma cirurgia. Se o tumor for recorrente, é feita nova radioterapia ou, em situações muito específicas, pode ser tentada uma cirurgia. No entanto, esta cirurgia é complexa, uma vez que normalmente envolve a remoção de parte da base do crânio. Essa cirurgia é, algumas vezes, realizada pelo nariz utilizando-se um endoscópio. Em determinados casos, essa abordagem é tão eficaz quanto uma cirurgia mais invasiva e provoca menos complicações.
Fonte: Por Bradley A. Schiff, MD, Montefiore Medical Center, The University Hospital of Albert Einstein College of Medicine traduzido por Momento Saúde