Duas apreensões, um alerta: Receita retém quase R$ 2 milhões em Mounjaro no Recife
Em menos de quatro dias, a Receita Federal apreendeu duas cargas do medicamento Mounjaro no Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes, totalizando 638 canetas e um valor estimado em R$ 1,8 milhão. O mais impressionante: ambas as cargas pertenciam ao mesmo passageiro, que tentou entrar no país com o medicamento de forma irregular.
A primeira apreensão aconteceu no sábado (13), quando 389 canetas foram encontradas na bagagem do homem, que vinha do Reino Unido. Já a segunda, na terça-feira (15), envolveu outras 249 canetas que chegaram em uma mala desacompanhada, também vinda da Europa, e ligada ao mesmo indivíduo.
Apesar da gravidade dos casos, o passageiro foi liberado nas duas ocasiões, mas poderá responder a processo criminal e terá toda a mercadoria confiscada.
Mounjaro: o que é e por que a procura é tão alta?
O Mounjaro (tirzepatida), da farmacêutica Eli Lilly, é um medicamento aprovado pela Anvisa para o tratamento de diabetes tipo 2. Conhecido por oferecer resultados até superiores ao Ozempic no controle da glicemia e na perda de peso, o remédio virou desejo entre pessoas que buscam soluções rápidas para emagrecer (sendo usado até mesmo por celebridades, como Meghan Trainor).
Apesar da aprovação da Anvisa, o Mounjaro ainda não está disponível comercialmente nas farmácias brasileiras. Sua venda está prevista apenas para junho de 2025. Até lá, a única forma legal de adquiri-lo é por importação para uso pessoal, com receita médica válida e autorização da Anvisa.
O grande risco: comprar remédio sem procedência é perigoso
Essas apreensões revelam um problema crescente: a pressa em conseguir medicamentos de uso controlado sem orientação médica e fora dos canais legais. Isso representa não apenas uma infração à lei, mas um perigo real à saúde.
O Mounjaro exige transporte refrigerado entre 2ºC e 8ºC. Fora dessas condições, o princípio ativo pode perder sua eficácia. Sem contar o risco de falsificação e de efeitos colaterais graves em produtos manipulados ou armazenados de forma inadequada. Por isso, é muito importante que sempre verifique a procedência do que estiver comprando, se a empresa é confiável, com regulamentação autorizada pela legislação brasileira e seguindo as condições exigidas.
Importar remédio não é proibido, mas tem regras
A Receita Federal reforça que a importação de medicamentos por pessoa física é permitida — desde que siga critérios específicos. É necessário apresentar receita médica, manter condições adequadas de transporte e, dependendo do produto, ter autorização da Anvisa.
O comércio, no entanto, é expressamente proibido. Ao tentar entrar com grandes quantidades como as 638 canetas apreendidas, a pessoa deixa claro que não se trata de uso pessoal, e sim de uma tentativa de revenda — o que caracteriza crime.
Saúde não é mercadoria: busque orientação médica
Antes de recorrer a qualquer medicamento, especialmente os de uso controlado, converse com um profissional da saúde. Somente médicos podem avaliar se o tratamento é adequado para o seu caso.
Comprar medicamentos pela internet ou trazê-los do exterior sem cumprir a legislação pode colocar sua vida em risco — além de configurar crime. Sua saúde vale mais do que qualquer promessa de resultado rápido.