Síndrome pulmão-rim

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  • As síndromes pulmão-rim são quase sempre causadas por uma doença autoimune.
  • Os testes diagnósticos envolvem análise de urina, exames de sangue para determinadas proteínas (anticorpos) que indicam que o corpo está reagindo aos seus próprios tecidos e, algumas vezes, análise do tecido de um pulmão ou rim.
  • O tratamento requer corticosteroides e, frequentemente, ciclofosfamidas (um medicamento quimioterápico) ou rituximabe e outros medicamentos que suprimem o sistema imunológico do corpo.

Uma importante função do sistema imunológico é lutar contra infecções. Para fazer isto, o sistema imunológico reconhece os micro-organismos como sendo estranhos à pessoa e produz proteínas (anticorpos) que se ligam aos micro-organismos para que possam ser removidos do corpo.

Nas doenças autoimunes, o corpo reage equivocadamente contra os tecidos da própria pessoa como se fossem estranhos. Nas doenças autoimunes que envolvem os pulmões, o sistema imunológico ataca e danifica o tecido pulmonar. Distúrbios autoimunes que afetam os pulmões também afetam, com frequência, outros órgãos, como os rins.

A síndrome pulmão-rim é uma síndrome ao invés de um distúrbio específico. Uma síndrome é um conjunto de sintomas e outras anormalidades que ocorrem juntos, mas podem ser causados por vários distúrbios diferentes ou até mesmo outras síndromes.

Mas a síndrome pulmão-rim envolve uma doença pulmonar chamada hemorragia alveolar difusa, que é uma lesão disseminada dos pequenos vasos sanguíneos que irrigam os pulmões, causando o acúmulo de sangue nos pequenos sacos de ar (alvéolos) dos pulmões.

As pessoas também apresentam um tipo de problema renal chamado glomerulonefrite, uma doença dos glomérulos (aglomerações de vasos sanguíneos microscópicos nos rins com pequenos poros através dos quais o sangue é filtrado). A glomerulonefrite é caracterizada pelo inchaço do tecido do corpo (edema), hipertensão arterial e aparecimento de glóbulos vermelhos na urina.

Causas da síndrome pulmonar-renal

A síndrome pulmão-rim pode ser causada por diversas doenças.

As causas mais comuns da síndrome pulmão-rim são distúrbios autoimunes, como:

  • Granulomatose com poliangeíte
  • Síndrome de Goodpasture
  • Poliangeíte microscópica
  • Lúpus eritematoso sistêmico (LES ou lúpus)

Causas autoimunes menos comuns incluem:

  • Distúrbios que causam inflamação dos vasos sanguíneos (vasculite)
  • Crioglobulinemia mista essencial
  • Vasculite associada à imunoglobulina A
  • Esclerose sistêmica (esclerodermia)

Sintomas da síndrome pulmonar-renal:

Os sintomas podem incluir:

  • Sangue na urina
  • Inchaço (edema) corporal
  • Tosse (geralmente com sangue)
  • Dificuldade em respirar
  • Febre

Ocasionalmente, os sintomas são graves o suficiente para causar a falência dos pulmões (insuficiência respiratória) e fazer com que as pessoas sintam dificuldade para respirar e fiquem com a pele azulada ou acinzentada (cianose). Quando os pulmões falham, os tecidos do corpo não recebem oxigênio suficiente e a pessoa pode morrer.

O envolvimento renal leva à presença de sangue na urina, mas se a quantidade for muito pequena, o sangue pode não ser visível. O envolvimento renal também provoca o aumento da pressão arterial. Os sintomas relacionados aos pulmões e rins podem não ocorrer simultaneamente.

Algumas vezes a doença pode ter surtos súbitos.

Diagnóstico da síndrome pulmonar-renal

  • Exames de sangue e urina
  • Diagnóstico por imagem do tórax
  • Inserção de um tubo de visualização flexível nos pulmões (broncoscopia) com lavagem com fluido (lavado broncoalveolar)
  • Algumas vezes um procedimento para remover um pedaço pequeno de tecido pulmonar ou renal para análise (biópsia)

O diagnóstico da síndrome pulmão-rim requer a presença de sangramento recorrente ou persistente nos pulmões (como na hemorragia alveolar difusa) e de lesão renal (glomerulonefrite).

Frequentemente, os médicos fazem o diagnóstico de hemorragia alveolar difusa a partir dos sintomas da pessoa e dos achados de exames de imagem torácica.

Se o diagnóstico não estiver claro com base nos sintomas e achados nos exames de imagem torácica (por exemplo, se a pessoa não tiver expectorado sangue), os médicos podem precisar inserir um tubo flexível de visualização nos pulmões (broncoscopia) e lavar os pulmões com líquido (lavado broncoalveolar) para verificar se existe a presença de sangue.

O nível de glóbulos vermelhos no sangue é medido para verificar a presença de anemia.

A glomerulonefrite é diagnosticada pelos sintomas, análise de urina e exames de sangue para a função renal.

Uma vez feito o diagnóstico da síndrome pulmão-rim, os médicos tentam determinar a causa. Eles solicitam exames de sangue para anticorpos direcionados contra os próprios tecidos da pessoa (denominados autoanticorpos). Se os resultados dos exames não revelarem a causa, o médico pode precisar remover um pequeno pedaço de tecido pulmonar ou renal para análise (biópsia).

Tratamento da síndrome pulmonar-renal

  • Corticosteroides (como prednisona)
  • Às vezes, ciclofosfamida (um medicamento quimioterápico) ou outros medicamentos que suprimem o sistema imunológico, como rituximabe
  • Procedimento para remover anticorpos indesejados do sangue (chamado plasmaferese)

Na maioria das pessoas, a síndrome pulmão-rim é causada por uma doença autoimune, então, tipicamente, o tratamento exige altas doses de corticosteroides (como prednisona) para suprimir o sistema imune.

Se a pessoa estiver muito doente, é frequente que também receba ciclofosfamida para suprimir ainda mais o sistema imunológico. Rituximabe pode ser usado no lugar da ciclofosfamida.

A plasmaferese, um procedimento no qual anticorpos indesejáveis são removidos do sangue, pode ser útil.

Muitas pessoas precisam de tratamento de suporte até que a doença diminua de intensidade. Por exemplo, as pessoas podem receber oxigênio ou podem precisar ser conectadas a um ventilador mecânico por um determinado período. Também podem ser necessárias transfusões de sangue. Em caso de falência renal, pode ser necessário realizar diálise ou transplante renal.

Fonte: Por Joyce Lee, MD, MAS, University of Colorado School of Medicine traduzido por Tatiane Puga Lima – Momento Saúde

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