A ferritina é uma proteína essencial no organismo, responsável por armazenar e regular os níveis de ferro no corpo. Embora os níveis normais de ferritina sejam importantes para a saúde, evidências recentes sugerem que uma baixa concentração dessa proteína pode estar associada a um aumento no risco de desenvolvimento de certas formas de câncer.
Sintomas
Os principais sintomas associados a baixos níveis de ferritina no organismo incluem:
- Fadiga e cansaço excessivo:
- A deficiência de ferro pode levar a uma redução na produção de hemoglobina, prejudicando o transporte de oxigênio pelo sangue. Isso pode causar sensação de fraqueza e exaustão.
- Palidez:
- A pele e a mucosa (como a parte interna dos lábios) podem apresentar aparência pálida, devido à diminuição da circulação sanguínea.
- Alterações na pele e unhas:
- Pode ocorrer a formação de unhas finas, quebradiças e com estrias transversais. A pele também pode ficar seca e com aspecto envelhecido.
- Dificuldade de concentração:
- A anemia causada pela deficiência de ferro pode prejudicar a oxigenação cerebral, levando a problemas de atenção e concentração.
- Irritabilidade e dificuldade de aprendizado:
- Baixos níveis de ferritina podem afetar o funcionamento do sistema nervoso central, resultando em irritabilidade, dificuldade de aprendizado e problemas de memória.
- Dor de cabeça e tontura:
- A redução no transporte de oxigênio pode causar dores de cabeça e sensação de vertigem ou tontura.
- Dormência e formigamento nas extremidades:
- A deficiência de ferro pode levar a distúrbios na condução nervosa, provocando sensações de dormência, formigamento ou até mesmo dor nas mãos e nos pés.
- Maior susceptibilidade a infecções:
- A anemia ferropriva pode enfraquecer o sistema imunológico, tornando o indivíduo mais suscetível a infecções.
É importante ressaltar que a manifestação e a intensidade desses sintomas podem variar de pessoa para pessoa, dependendo do grau de deficiência de ferritina. Caso seja observada a presença desses sinais, é recomendável a realização de exames laboratoriais para a avaliação dos níveis de ferritina e a implementação de um tratamento adequado, sob orientação médica.
O papel da ferritina no câncer
Em diversos estudos têm demonstrado uma correlação entre baixos níveis de ferritina no sangue e uma maior incidência de alguns tipos de câncer, como câncer de pulmão, câncer de mama, câncer colorretal e câncer de próstata.
Acredita-se que essa associação possa estar relacionada à função da ferritina na regulação do metabolismo do ferro. O ferro é um nutriente essencial, mas em excesso pode causar danos oxidativos e inflamação, contribuindo para o desenvolvimento de células cancerígenas.
Quando os níveis de ferritina estão baixos, o organismo tenta compensar a deficiência de ferro, o que pode levar a um aumento na absorção e na circulação desse mineral. Esse desequilíbrio na homeostase do ferro pode criar um ambiente propício para a proliferação e a progressão de células tumorais.
Além disso, a ferritina também desempenha um papel importante na regulação do sistema imunológico. Baixos níveis dessa proteína podem comprometer a capacidade do sistema imunológico de combater e eliminar as células cancerígenas.
Diagnóstico e tratamento
A avaliação dos níveis de ferritina no sangue é essencial para identificar uma possível deficiência. Esse exame pode ser realizado por meio de um simples teste de sangue e deve fazer parte da rotina de exames de saúde, especialmente em indivíduos com risco aumentado de câncer.
Caso seja constatada uma baixa concentração de ferritina, é importante investigar a causa subjacente, como sangramento gastrointestinal, doação de sangue frequente ou problemas de absorção de ferro. O tratamento pode envolver a suplementação de ferro, sob orientação médica, para restabelecer os níveis adequados dessa proteína.
Mas é importante ressaltar que a baixa ferritina, por si só, não causa câncer, mas pode ser um fator de risco que merece atenção. Outros fatores de risco, como histórico familiar, estilo de vida e exposição a agentes carcinogênicos, também devem ser considerados.
Já manter os níveis de ferritina dentro da faixa saudável, por meio de uma dieta equilibrada e suplementação quando necessário, pode ser uma estratégia importante para reduzir o risco de desenvolvimento de certas formas de câncer. No entanto, é fundamental o acompanhamento médico regular e a realização de exames de rastreamento apropriados para a detecção precoce de qualquer alteração.
Fonte: Tatiane Puga Lima – Momento Saúde