Vários fatores afetam o risco de ter câncer de mama. Assim, para algumas mulheres, o risco é muito maior ou menor que a média.
A maioria dos fatores que aumentam o risco, como a idade e certos genes anômalos, não pode ser modificada. No entanto, a prática de atividade física de maneira regular, sobretudo durante a adolescência e no início da idade adulta, pode reduzir o risco de ter câncer de mama.
Muito mais importante do que tentar modificar os fatores de risco é estar atento para detectar o câncer de mama, para que ele possa ser diagnosticado e tratado precocemente, quando as chances de cura são maiores. A detecção precoce tem mais probabilidade de ocorrer quando a mulher faz mamografias. Alguns médicos também recomendam realizar o autoexame da mama em intervalos regulares, embora esses exames não tenham demostrado diminuir o risco de morte causada por câncer de mama.
Idade
O avanço da idade é o principal fator de risco no câncer de mama. A maioria dos casos de câncer de mama ocorre em mulheres com mais de 50 anos de idade. O risco é maior após os 75 anos.
Antecedentes de câncer de mama
Histórico de câncer de mama aumenta o risco de um novo câncer de mama. Após a remoção da mama enferma, o risco de ter câncer na outra mama é de aproximadamente 0,5% a 1,0% a cada ano.
Histórico familiar do câncer de mama
O câncer de mama em um parente de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) aumenta o risco da mulher em duas a três vezes, mas o câncer de mama em parentes mais distantes (avó, tia ou prima) aumenta apenas um pouco o risco. Câncer de mama em dois ou mais parentes de primeiro grau aumenta o risco da mulher em cinco a seis vezes.
Mutação no gene para o câncer de mama
Foram identificadas mutações em dois genes diferentes para o câncer de mama (BRCA1 e BRCA2). Menos de 1% das mulheres têm essas mutações genéticas. Cerca de 5% a 10% das mulheres com câncer de mama têm uma dessas mutações genéticas. Se uma mulher tiver uma dessas mutações, ela tem aproximadamente 50% a 85% de chance de ter câncer de mama até o fim da vida.
O risco de ter câncer de mama até os 80 anos de idade é de aproximadamente 72% na presença de uma mutação no BRCA1 e de aproximadamente 69% na presença de uma mutação no BRCA2. No entanto, se uma mulher tiver câncer de mama, sua chance de morrer em razão dele não será necessariamente maior que a chance de qualquer outra mulher com câncer de mama.
Essas mutações são mais comuns entre:
Mulheres com propensão a ter uma dessas mutações são aquelas que possuem pelo menos dois parentes próximos, geralmente de primeiro grau, que tiveram câncer de mama ou de ovário. Por isso, os exames preventivos de rotina para detectar essas mutações não parecem ser necessários, exceto em mulheres com esse histórico familiar.
Ter uma mutação no BRCA também aumenta o risco de ter câncer de ovário. As mulheres com mutações no gene BRCA1 têm um risco de aproximadamente 40% de desenvolver câncer de ovário. No caso de mulheres com mutações no gene BRCA2, o risco é aproximadamente 15%.
Homens que têm uma mutação no gene BRCA têm um risco de 1% a 2% de desenvolver câncer de mama.
As mulheres com uma dessas mutações precisam ser monitoradas com mais atenção quanto à presença de câncer de mama, por exemplo, por meio da realização de exames mais frequentes ou por meio de exames preventivos incluindo tanto a mamografia como a ressonância magnética (RM). Alternativamente, elas podem tentar impedir o surgimento do câncer tomando tamoxifeno ou raloxifeno (que é semelhante ao tamoxifeno) ou, às vezes, até mesmo por meio de remoção dos dois seios (mastectomia dupla).
Determinados tipos de alterações benignas na mama
Algumas alterações na mama parecem aumentar levemente o risco de ter câncer de mama. Incluem
- Alterações na mama que exigiram uma biópsia para descartar a hipótese de câncer
- Quadros clínicos que alteram a estrutura, aumentam o número de células ou causam o surgimento de nódulos ou outras alterações no tecido mamário, como fibroadenoma complexo, hiperplasia (crescimento exagerado do tecido), hiperplasia atípica (hiperplasia com tecido apresentando estrutura anômala) nos dutos de leite ou nas glândulas produtoras de leite, adenose esclerosante (crescimento exagerado do tecido nas glândulas produtoras de leite) ou papiloma (tumor não canceroso com projeções que lembram dedos)
- Tecido mamário denso revelado em uma mamografia
A presença de tecido mamário denso também dificulta a identificação do câncer de mama pelo médico. Ter mamas densas significa que a mulher tem mais tecido fibroglandular (composto por tecido conjuntivo fibroso e glândulas) e menos tecido adiposo na mama.
No caso de mulheres com essas alterações, o risco de ter câncer de mama é apenas ligeiramente maior, a menos que a estrutura de tecido anômalo seja detectada durante uma biópsia ou que ela tenha um histórico familiar de câncer de mama.
Idade da primeira menstruação, da primeira gravidez e da menopausa
Quanto mais cedo começa a menstruação (sobretudo antes dos 12 anos de idade), maior o risco de ter câncer de mama.
Quanto mais tarde ocorre a primeira gravidez e a menopausa, maior o risco. Nunca ter um bebê aumenta o risco de ter câncer de mama. Contudo, as mulheres que engravidaram pela primeira vez depois dos 30 anos de idade têm um risco maior que aquelas que nunca tiveram um bebê.
Esses fatores provavelmente aumentam o risco, porque envolvem exposição mais longa ao estrogênio, que estimula o crescimento de certos tipos de câncer. (A gravidez, embora resulte em altos níveis de estrogênio, pode reduzir o risco de câncer de mama.)
Uso de contraceptivos orais ou terapia hormonal
Alguns estudos mostram que mulheres que tomam contraceptivos orais (pílulas anticoncepcionais) têm um risco ligeiramente maior de ter câncer de mama. Depois que ela para de tomar a pílula, esse risco parece voltar ao normal no prazo de aproximadamente 10 anos.
Após a menopausa, tomar terapia hormonal combinada (estrogênio com uma progestina) por alguns anos ou mais aumenta o risco de câncer de mama. Tomar estrogênio individualmente não parece aumentar o risco de ter câncer de mama.
Dieta e obesidade
A dieta pode contribuir para o surgimento do câncer de mama, mas não existe evidência sobre os efeitos causados por um tipo específico de dieta (como uma dieta rica em gorduras).
O risco de ter câncer de mama é um pouco maior para mulheres que estão obesas após a menopausa. As células adiposas produzem estrogênio, o que pode contribuir para o aumento do risco. No entanto, não há nenhuma prova de que uma dieta rica em gordura contribua para o surgimento do câncer de mama ou que a mudança da dieta possa diminuir o risco. Alguns estudos sugerem que mulheres obesas que ainda menstruam têm menos chances de ter câncer de mama.
Estilo de vida
O tabagismo e a ingestão regular de bebidas alcoólicas podem aumentar o risco de câncer de mama. Especialistas recomendam que as mulheres se limitem a uma bebida alcoólica por dia. Uma bebida é aproximadamente 340 ml de cerveja, 145 ml de vinho ou 40 ml de bebida mais concentrada, como uísque.
Exposição à radiação
A exposição à radiação (como a radioterapia para o câncer ou exposição significante aos raios X) antes dos 30 anos de idade aumenta o risco.
Fonte: Por Lydia Choi, MD, Karmanos Cancer Center traduzido por Portal Momento Saúde