Pessoas com Alzheimer têm 3 vezes mais chances de morte por covid-19

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Pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo), da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e do Instituto Butantan concluíram que pessoas com demência tem mais chances de morte e de ficar com covid-19 grave, quando comparadas aos indivíduos saudáveis. No caso do Alzheimer, esse risco é três vezes maior e nos pacientes acima de 80 anos chega a ser seis vezes maior.

A demência é um grupo de sintomas causados por doenças degenerativas do sistema nervoso, que geram uma perda progressiva das funções do cérebro, como memória, raciocínio e discernimento. O Alzheimer é a enfermidade mais comum e afeta diretamente a memória, principal característica encontrada pelos cientistas na observação dos casos mais graves de covid-19 entre idosos.

Para fazer a pesquisa, os brasileiros usaram o banco de dados de saúde do Reino Unido, que tem os registros dos atendimentos desde 2006, com cerca de 500 mil voluntários atendidos pelo sistema de saúde público do país.

Como lá são feitos exames da covid em grande escala, foi possível comprar os pacientes infectados em estado grave ou não, os óbitos, com os britânicos que tinham alguma doença pré-existente. Foram analisados 12,8 mil idosos, nas faixas etárias de 65 a 74, 75 a 79 e acima de 80 anos.

O ensaio percebeu que a idade dos infectados foi um fator determinante para o agravamento dos casos e sim as comorbidades.

Os dados mostraram que, enquanto hipertensos aumentaram no máximo 30% as complicações clínicas; e pessoas com câncer e asma diminuíam a incidência de casos, pacientes com demência tinham chance significativa de infecção, agravamento e óbito.

Em média, em portadores de Alzheimer, tiveram três vezes mais chances de infecção e de agravamento dos casos quando hospitalizados, podendo levar a óbito. Os resultados ainda mostram que pessoas acima dos 80 anos o risco aumentava em até seis vezes.

Os pesquisadores não concluíram o porquê de os riscos serem maiores, mas levantaram duas possibilidades. Uma delas é que os problemas no sistema imunológico e as inflamações crônicas aumentam a vulnerabilidade dos pacientes à covid-19 e diminui a capacidade do corpo reagir ao SARS-CoV-2.

A outra hipótese está relacionada à barreira hematoencefálica [estrutura do cérebro que protege o Sistema Nervoso Central (SNC) de substâncias potencialmente neuro tóxicas]. Os brasileiros descobriram que uma alteração nessa estrutura, causada pelo Alzheimer, pode aumentar os índices de infecção do sistema nervoso central.

Fonte: Portal R7

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