Conhecer a leucemia, seus sintomas e, assim, procurar o tratamento podem aumentar as chances de cura. Além disso, a participação das pessoas como doadoras de medula também pode significar esperança para muitos pacientes.
Neste artigo vamos explicar o que é a leucemia, seus sintomas, tratamento e a importância de campanhas como o Fevereiro Laranja. Acompanhe!
O que é leucemia?
Leucemia é o câncer que surge nas células do sangue e, assim, torna-se uma doença sistêmica, ou seja, não acomete apenas um órgão, mas todo o organismo.
Os leucócitos (glóbulos brancos) começam a se reproduzir de modo desordenado, dando início à patologia. Dessa maneira, a produção e funcionamento de outras células sanguíneas — como as plaquetas e hemácias — ficam prejudicadas. O que ocorre é um acúmulo de células doentes na medula óssea, que vão tomando o lugar das células sadias.
Tipos da doença
Existem 12 tipos de leucemia, que variam de acordo com as células atingidas e velocidade que ocorre a divisão celular. Veja a seguir os 4 tipos primários da doença:
- leucemia mieloide aguda (LMA) — atinge as células mieloides e se desenvolve de maneira rápida — acomete adultos e crianças;
- leucemia mieloide crônica (LMC) — atinge as células mieloides e se desenvolve devagar, sendo mais comum em adultos;
- leucemia linfoide aguda (LLA) — atinge células linfoides e se desenvolve de modo muito rápido e acomete mais as crianças menores, mas pode ocorrer em adultos;
- leucemia linfoide crônica (LLC) — atinge as células linfoides e se desenvolve devagar — afeta, principalmente, pessoas acima de 55 anos.
Fatores de risco
As causas da leucemia ainda são desconhecidas, mas, segundo o Inca, a associação de alguns fatores pode elevar o risco para a doença, como:
- tabagismo;
- exposição ao benzeno;
- exposição à radiação ionizante;
- histórico familiar;
- realização de quimioterapia;
- Síndrome de Down;
- exposição a agrotóxicos;
- alguma doenças sanguíneas.
Quais são os sintomas?
Os sintomas da leucemia são decorrentes do acúmulo de células doentes na medula óssea, que impedem a produção e funcionamento das células sadias. A redução dos glóbulos vermelhos, por exemplo, causam:
- anemia;
- fadiga;
- palidez;
- falta de ar;
- sonolência;
- dor de cabeça.
Já a diminuição dos glóbulos brancos afeta a imunidade, ou seja, o paciente fica mais vulnerável a infecções. A queda das plaquetas ocasiona:
- sangramentos (nasal ou gengival);
- pontos roxos na pele (petéquias);
- manchas arroxeadas na pele (equimoses).
Além desses sinais, a leucemia pode acarretar:
- dores nos ossos e articulações;
- aumento dos gânglios (ínguas) na região do pescoço e axilas;
- febre;
- suores noturnos;
- inchaço do baço ou fígado.
Como é feito o diagnóstico?
Quando existe a suspeita de leucemia, o paciente deve realizar exames de sangue e ser encaminhado a um hematologista. A confirmação pode ser feita com alteração no hemograma, que pode apontar, por exemplo, aumento dos leucócitos associado a uma diminuição de plaquetas e hemácias. O diagnóstico pode incluir ainda exames de bioquímica e de coagulação.
Mielograma
Existe ainda um exame da medula óssea chamado de mielograma, na qual é coletada uma pequena quantidade de sangue para avaliação da forma e cromossomos das células, avaliação de mutações genéticas e ainda do fenótipo das células.
Biópsia
Em alguns casos, torna-se necessária a realização de uma biópsia da medula óssea, que é feita a partir de um pequeno pedaço do osso da bacia.
Como é o tratamento?
O tratamento da leucemia varia de acordo com o tipo da doença e tem como finalidade a destruição de células doentes para que a medula óssea volte a funcionar normalmente. Assim, muitas vezes, é intenso e prolongado, com riscos de anemia, infeção e sangramentos.
São realizadas sessões de quimioterapia, controle de infecções e hemorragias, além de medidas de prevenção da doença no cérebro e medula espinhal. Em algumas situações, a indicação é também de transfusão de sangue, radioterapia e de transplante de medula óssea.
Qual é a importância da conscientização com o Fevereiro Laranja?
Campanhas de conscientização sobre a doença — como o Fevereiro Laranja — são essenciais para alertar a população sobre a leucemia. O objetivo é levar informação sobre seus sintomas e diagnóstico e, principalmente, mostrar a importância de as pessoas se mobilizarem para serem doadores de medula óssea.
Quando o paciente precisa de transplante, em primeiro lugar, é investigada a compatibilidade entre os membros da família. Em caso de não haver ninguém compatível, é preciso recorrer ao banco de medula óssea, que conta com a doação de voluntários.
Doação de medula óssea
É muito simples ser doador de medula óssea: basta procurar o hemocentro de sua cidade. Lá, eles coletam 5 ml de sangue e o voluntário assina um termo de consentimento dessa coleta.
Os dados do doador ficam armazenados em um banco de medula e ele pode ser chamado caso algum paciente compatível esteja precisando realizar o transplante. Nessa etapa, o doador realiza alguns exames para averiguar as condições de saúde e vai para o hospital.
A doação pode ser feita por pulsão, em que o paciente é internado, recebe anestesia geral e a medula óssea é retirada diretamente do osso da bacia com uma agulha; ou por aférese, em que ele recebe uma medicação para a produção de células sadias e é feita uma doação de sangue, não sendo necessária internação.
O médico decide sobre qual é o melhor método para a doação de acordo com as necessidades do receptor.
Os requisitos para ser doador de medula óssea são:
- idade entre 18 e 55 anos;
- ter boas condições de saúde;
- não apresentar câncer, doença no sangue, no sistema imunológico ou ainda doença infecciosa ou incapacitante.
A população precisa se conscientizar sobre a leucemia e a necessidade de se aumentar o número de doadores de medula óssea no Brasil. Por isso, são necessárias campanhas, como o Fevereiro Laranja, para que a doença, seus sintomas e formas de tratamento se tornem mais conhecidos.