Pesquisadores avançam em estudos clínicos com células CAR-T no combate a diferentes tipos de câncer.
A terapia celular CAR-T (Chimeric Antigen Receptor T-cell) é uma inovação promissora no tratamento do câncer, explorada atualmente por cientistas brasileiros. Pesquisadores da USP estão conduzindo estudos clínicos para avaliar a eficácia dessa abordagem, que já mostrou resultados positivos em vários países.
O Que São Células CAR-T?
As células CAR-T são linfócitos T, parte do sistema imunológico, geneticamente modificados para atacar células cancerígenas. Esses linfócitos são retirados do paciente, modificados em laboratório e reinseridos no corpo com uma “nova missão”: identificar e destruir células tumorais. Os testes com células CAR-T serão exclusivos para pacientes com leucemia linfoide aguda de células B e linfoma não Hodgkin de células B que não responderam ou apresentaram o retorno da doença após a primeira linha de tratamento convencional.
Como Funciona o Tratamento?
O processo envolve a retirada dos linfócitos T do paciente, que passam por uma modificação genética. Essas células recebem um receptor especial, capaz de detectar proteínas específicas na superfície das células cancerosas. Uma vez reintroduzidas no corpo, elas se multiplicam e atuam diretamente contra o tumor, buscando e destruindo as células malignas.
Arte: Divulgação/CTCUSP
A vantagem desse tratamento é sua precisão em identificar e eliminar células cancerígenas, com menos danos ao tecido saudável. Além disso, o efeito da terapia pode se manter por longos períodos, oferecendo uma espécie de “memória imunológica” contra o câncer.
Estudos Clínicos no Brasil
O Brasil avança em estudos sobre essa tecnologia, liderados por cientistas da USP, com foco em entender sua eficácia no tratamento de cânceres hematológicos e outros tipos mais resistentes. Essa é uma etapa fundamental para garantir a segurança e a viabilidade da terapia, tornando o Brasil um dos pioneiros na implementação dessa técnica em países em desenvolvimento.
Os estudos clínicos visam não apenas analisar a segurança da técnica, mas também adaptar o processo para o contexto brasileiro, incluindo a redução de custos e a acessibilidade do tratamento para a população.
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Na iniciativa privada, o tratamento importado pode custar até R$ 2 milhões por paciente. O nacional, que pode ser adotado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), poderá sair por um sexto desse valor.
Desafios e Futuro da Terapia CAR-T
Embora a terapia CAR-T seja promissora, existem desafios, como o custo elevado e os efeitos colaterais, que incluem a Síndrome de Liberação de Citocinas (SRC), uma resposta exagerada do sistema imunológico. Entretanto, os estudos buscam otimizar o tratamento, tornando-o mais seguro e acessível.
A expectativa é que, nos próximos anos, o tratamento com células CAR-T se torne mais amplamente disponível e acessível, abrindo novas portas para o combate a diferentes tipos de câncer.
A terapia celular CAR-T representa uma inovação revolucionária no combate ao câncer. Com os avanços nos estudos clínicos no Brasil, essa técnica pode oferecer esperança para pacientes que lutam contra tipos agressivos de câncer, proporcionando tratamentos mais personalizados e eficazes. O futuro do tratamento oncológico está sendo moldado por esses estudos, e o Brasil está no caminho para liderar essa revolução