Saiba tudo sobre Vitiligo

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Vitiligo é uma doença crônica caracterizada por manchas brancas na pele, causadas pela diminuição de células produtoras de melanina (melanócitos), provocando, assim, descoloração. A maior incidência ocorre no sexo feminino, com cerca de 9 mulheres para cada 1 homem. Os sinais incluem áreas esbranquiçadas em diversas partes do corpo, principalmente no rosto.

Causas de vitiligo

Conforme explica o dermatologista Caio Lamunier, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e do Hospital das Clínicas de São Paulo, a causa exata da doença vitiligo ainda é muita discutida.

“Há evidências genéticas e de manifestações auto-imunológicas, mas problemas emocionais também podem ser gatilhos para seu aparecimento”, conta o especialista, que afirma que é frequente que a doença apareça após um período de estresse intenso, como o falecimento de entes queridos.

No entanto, ainda que haja precedentes emocionais, as causas e os mecanismos exatos das manchas de vitiligo ainda não estão claros para a medicina.

Há teorias que atribuem o acometimento a fenômenos autoimunes, quando o sistema imunológico ataca as próprias células, no caso do vitiligo, que produzem melanina. Ainda pode acontecer, por exemplo, como sintoma secundário da tireoidite de hashimoto, uma inflamação da glândula tireoide.

Ainda que as causas não estejam tão claras, há a certeza que quem desenvolve a condição já nasceu com predisposição genética, embora ela não seja determinante.

Vitiligo pega?

Por muitos anos, pessoas com vitiligo sofreram preconceito e estigma por conta das manchas brancas, já que muitos achavam que se tratava de algo contagioso. No entanto, hoje a medicina garante que não é transmissível.

Fatores de risco

Além de apontar o papel da hereditariedade no aparecimento da doença, o dermatologista Lamunier também diz que há outros hábitos que podem contribuir para o desencadeamento dos sintomas de descoloração da pele, como roupas apertadas e traumas locais.

“Se as manchas estão concentradas em apenas um local, podem, ainda, ser fruto de alterações em algum nervo”, explica.

Sintomas: como identificar?

Na maioria dos casos, aparece de forma bilateral e simétrica, como se estivesse “espelhado”, e em diversos formatos, como o de uma borboleta, mas há pacientes que as manifestam em locais isolados ou somente em um lado do corpo.

No mais, as manchas de vitiligo podem aparecer em qualquer área, porém as regiões mais frequentes são em volta da boca, na ponta dos dedos, nos pés e até mesmo nos genitais.

O especialista esclarece que o aparecimento de sintomas, como coceira e dor na mancha, além da descoloração de alguns locais do corpo, não é corriqueiro.

Como começa?

“Começa com a descoloração da pele e pode evoluir com perda total da cor”, comenta o dermatologista,

Coça?

Normalmente não.

Qual profissional devo procurar?

É imprescindível procurar um dermatologista assim que perceber manchas brancas ou uma leve descoloração da pele.

Diagnóstico

O diagnóstico pode ser clínico, ou seja, quando o médico examina pessoalmente a mancha. Há, ainda, uma ferramenta que pode ajudar o especialista a entender melhor o tipo de lesão, chamada de lâmpada de Wood, que consiste em um método não invasivo para detectar alterações da pigmentação da pele.

Biópsia de pele normalmente não é necessária. Exames de sangue também devem ser solicitados para avaliar outras doenças associadas ao vitiligo.

Vitiligo tem cura?

“Não podemos falar em cura para o vitiligo, mas sim em remissão da doença. Há quem estacione seus sintomas para o resto da vida”, aponta Lamunier.

Por isso, é de suma importância que os pacientes mantenham um acompanhamento psicológico para tratar a doença, já que o suporte emocional pode evitar o surgimento de novas manchas.

Tratamento de vitiligo

O tratamento é muito individualizado e deve ser discutido com um dermatologista, conforme as características de cada paciente e do próprio vitiligo.

Portanto, há diversas maneiras de tratar a doença. Para a mancha em si, há cremes e pomadas que podem ajudá-la a parar de crescer.

Intervenções cirúrgicas, em que enxertos de locais com melanina para os espaços sem ela, também são uma opção. Porém, os resultados variam de acordo com o organismo de cada um.

O sol pode ser um aliado, já que ele estimula a melanina. Porém, deve ser aproveitado com cuidado, já que pode formar severas queimaduras no local sem pigmentação, por isso, é o dermatologista que decide quando, como e por quanto tempo ficar exposto.

A estimulação por raios UVA também pode ser feita em clínicas, em que há a exposição de 5 a 10 minutos para a formação de melanina no local desejado.

Ainda há quem use produtos que permitem a coloração da pele por algumas horas, inclusive alguns chegam a prometer até 24 horas de duração.

No mais, o uso de protetor solar é indispensável para todas as pessoas.

Remédios

Se a causa for autoimune ou um surto, médicos costumam receitar corticosteróides, anti-inflamatórios, hormônios e esteroides potentes, além de outras substâncias com efeito imunomodulador.

Pomadas

Cremes e pomada para vitiligo são a primeira linha de tratamento. Sendo muito utilizados.

Outros tratamentos

Como o tratamento pode mudar de acordo com a origem, idade e tamanho das manchas, é possível usar, ainda, medicamentos orais, laser e fototerapia.

Complicações

Ao contrário do que muitos podem achar, a doença não é perigosa tampouco contagiosa, assim os principais impactos do vitiligo não são físicos, mas mentais.

Isso porque a condição pode ter impacto negativo na vida social e saúde emocional do paciente, abalando autoestima e relacionamentos com pessoas.

Queimaduras nas áreas esbranquiçadas também podem ocorrer e possibilidade de câncer de pele nessas áreas devem ser monitoradas, já que a falta de melanina deixa a pele sem proteção alguma.

As manchas de vitiligo são mais discretas em indivíduos de pele clara e mais aparentes em negros. Em alguns casos, podem ter bordas escuras.

Prognóstico

O estigma social causado pelas manchas pode causar problemas psicológicos e de baixa autoestima nos pacientes, sendo sintomas de depressão comuns entre eles.

O prognóstico varia muito de acordo com o tempo do surgimento do vitiligo, a idade do paciente, localização e as respostas aos variados tratamentos.

Prevenção

Há prevenção para as crises, mas não para a doença. Por isso, é interessante evitar roupas apertadas demais, que provoquem muito atrito ou pressionem a pele, e ainda diminuir drasticamente (com o auxílio do dermatologista) a exposição solar desprotegida, bem como controlar o estresse do dia a dia.

Fonte:  Dermatologista Caio Lamunier, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e do Hospital das Clínicas de São Paulo.

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