No mês de conscientização sobre as hepatites virais, temos a Campanha Julho Amarelo. O objetivo é intensificar a prevenção e o controle das hepatites virais, mobilizar os profissionais de saúde e a população.
Um dos objetivos da campanha deste ano é aumentar a cobertura vacinal para reduzir a transmissão de hepatite B e ações para população com hepatite C. “Dentro das prioridades para o fortalecimento estão previstas o rastreamento da população prioritária de hepatite C para diagnóstico, tratamento e cura. Além da articulação com foco na testagem e vacinação da hepatite B em meninas e mulheres entre 10 e 49 anos; aumentar a cobertura vacinal com intuito de redução da transmissão vertical de hepatite B.
A Campanha Julho Amarelo faz referência ao 28 de julho, data escolhida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para a celebrar o Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais. Este ano, por meio da Lei 13.802, foi instituído julho como mês para chamar atenção da luta contra às hepatites virais, reforçando as iniciativas de vigilância, prevenção e controle do agravo.
Hepatite em números
Segundo o Ministério da Saúde, milhões de pessoas no Brasil são portadoras do vírus das hepatites B e C e não sabem, correndo o risco de evoluírem para a doença crônica, cujas consequências mais graves são a ocorrência de cirrose ou câncer hepático.
Foram notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) 718.651 casos confirmados de hepatites virais no Brasil, no período de 2000 a 2021. Destes, 168.175 (23,4%) são referentes aos casos de hepatite A, 264.640 (36,8%) aos de hepatite B, 279.872 (38,9%) aos de hepatite C e 4.259 (0,6%) aos de hepatite D . A distribuição proporcional dos casos variou entre as cinco regiões brasileiras.
Já a região Nordeste concentra a maior proporção das infecções pelo vírus A (30,1%). Na região Sudeste verifica se as maiores proporções dos vírus B e C, com 34,2% e 58,4%, respectivamente. Por sua vez, a região Norte acumula 73,7% do total de casos de hepatite D (ou Delta).
Segundo o Boletim Epidemiológico 2022 do Ministério da Saúde informa que os casos da doença mais que dobraram em homens de 20 a 39 anos.
- 1.083.000 pessoas tiveram contato com o vírus da hepatite, o que representa 0,71% da população
- 60,7% delas, 657 mil, são elegíveis para tratamento, ou seja, têm vírus circulante no sangue. A maior concentração dos casos está na população com mais de 40 anos de idade.
- Dentre as hepatites virais, hepatite C continua notificando maior número de casos:
11,9 casos para cada 100 mil habitantes
A notificação é obrigatória para todas as hepatites virais
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- Casos mais que dobraram em homens de 20 a 39 anos
- Grande parte por via sexual em homens com idade 20 a 39 anosMais de 70% dos óbitos por hepatites virais são decorrentes da Hepatite C.
Doença silenciosa
A hepatite é a inflamação do fígado. Nem sempre as hepatites apresentam sintomas, porém os mais comuns são olhos e pele amarelados, cansaço, febre, mal-estar, tontura, vômitos, dor abdominal, urina escura e fezes claras. Os tipos mais comuns são causados pelos vírus A, B e C.
A vacina é uma forma de prevenção contra as hepatites do tipo A e B. Quem se vacina para o tipo B, se protege também para hepatite D. A vacina está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). Para os demais tipos de vírus não há vacina e o tratamento é indicado pelo médico.
As principais medidas de controle das hepatites virais de transmissão sanguínea e sexual constituem-se na adoção de medidas de prevenção como o incentivo ao uso do preservativo nas parcerias sexuais, o não compartilhamento de objetos contaminados como lâminas e seringas, por exemplo.
Que tipos de hepatites existem e o que elas são?
Podendo ser resultantes de doenças autoimunes, genéticas e metabólicas, pelo uso de remédios, drogas, álcool ou mesmo por transmissão entre indivíduos, as hepatites se dividem em alguns tipos, sendo A, B e C, sendo os 3 tipos mais comuns, além dos tipos D (delta), E, hepatite autoimune e hepatite alcoólica. Independentemente do tipo, todas se tratam da inflamação do fígado.
De todos os tipos, a hepatite C é o mais temido da doença, afinal, em cerca de 75% dos casos de contaminação ela evolui para um quadro crônico, podendo acompanhar o paciente até o fim da vida.
Quais os principais sintomas das hepatites?
Dentre os sintomas mais comuns, há dores abdominais, náuseas e enjoos, vômito, febre, fadiga e um importante sinal, o amarelamento da pele ao redor dos olhos. Entretanto, nos casos de hepatites C, os sintomas mais corriqueiros são bem parecidos, podendo também apresentam quadros de sangramento no esôfago ou estômago.
Como preveni-las?
A forma mais eficaz de prevenir uma série de doenças assim como as hepatites é manter a sua caderneta de vacinação em dia, além de a vacina contra a mesma ser fornecida gratuitamente pelo SUS em postos de saúde espalhados pelo país.
As hepatites e a visão:
Tratando-se da visão, os olhos servem de alerta para um diagnóstico precoce das hepatites. É através deles que uma série de complicações se apresentam, como a cerato conjuntivite seca e a síndrome do olho seco. Além disso, diferentes síndromes podem surgir, como a Sjogren ou até ulceração corneana periférica.
Os tratamentos:
Alguns casos de hepatites mais comuns podem até mesmo desaparecer por conta própria dentro de poucos meses, mas realizar acompanhamento médico é essencial para o sucesso de todo tratamento. Para os casos mais avançados da doença, existem medicações antivirais, dietas personalizadas, muita hidratação e o abandono do uso de álcool por exemplo.
Caso não tratadas o mais brevemente possível, boa parte das complicações causadas pelas hepatites podem levar à perda de visão irreversível, por isso um bom profissional irá receitar testes relacionados à doença caso desconfie dos quadros citados anteriormente.
Lembrete importante: Para os quadros de hepatites virais, é fundamental manter o menor contato possível com outros indivíduos, além de respeitar as recomendações prescritas por seu médico.
Sentiu algum dos sintomas citados aqui? Busque imediatamente ajuda médica para resolver da melhor maneira possível, e sempre conte com o HCO!
Fonte: MS/SVS/Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais