Saiba tudo sobre a Menopausa

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A menopausa é o fim permanente das menstruações e, consequentemente, da fertilidade.

Por vários anos antes e logo após a menopausa, os níveis de estrogênio variam muito, as menstruações tornam-se irregulares e podem ocorrer sintomas, como ondas de calor.

Após a menopausa, a densidade óssea diminui.

A menopausa é diagnosticada quando a mulher não teve uma menstruação por um ano, mas é possível que sejam feitos exames de sangue para confirmá-la.

Algumas medidas, incluindo terapia hormonal e outros medicamentos, podem amenizar os sintomas.

Durante a fase reprodutiva, as menstruações geralmente ocorrem aproximadamente em ciclos mensais, nos quais há liberação de um óvulo pelo ovário (ovulação) aproximadamente duas semanas após o primeiro dia da menstruação. Para que esse ciclo ocorra regularmente, os ovários têm de produzir uma quantidade suficiente dos hormônios estrogênio e progesterona.

A menopausa ocorre porque, com o avanço da idade, os ovários param de produzir estrogênio e progesterona. Durante os anos antes da menopausa, a produção de estrogênio e progesterona começa a variar e a menstruação e a ovulação ocorrem com menos frequência. As menstruações e a ovulação acabam cessando permanentemente e não há mais a possibilidade de ocorrer gravidez de forma natural. A última menstruação pode ser identificada apenas posteriormente, quando não tiver ocorrido qualquer menstruação durante um período mínimo de um ano. (A mulher que não deseja engravidar deve usar métodos anticoncepcionais até um ano após sua última menstruação.)

Perimenopausa

perimenopausa diz respeito aos diversos anos antes e o primeiro ano depois da última menstruação. O número de anos de perimenopausa que antecedem a última menstruação varia consideravelmente. Durante a perimenopausa, os níveis de estrogênio e progesterona variam muito. Essas variações são consideradas a causa dos sintomas da menopausa que afetam muitas mulheres na faixa dos 40 anos de idade.

transição da menopausa é a fase da perimenopausa que ocorre em preparo à última menstruação. Ela é caracterizada por mudanças no padrão das menstruações.

pós-menopausa diz respeito à época após a última menstruação.

Estatística

No Brasil, A idade mínima de ocorrência da menopausa natural foi de 28 anos e a máxima de 58, sendo a média etária de 51,2 anos. Aproximadamente 60% do total de mulheres estavam na pós-menopausa com 51 anos ou menos . Entretanto, a menopausa pode ocorrer normalmente mesmo em mulheres com 45 (ou até 40) anos, até os 55 anos de idade. A menopausa pode ter início em uma idade mais jovem em mulheres que:

  • Fumam
  • Vivem em altitudes elevadas
  • São desnutridas

A menopausa é considerada precoce quando ocorre antes dos 40 anos de idade. A menopausa precoce também é conhecida como insuficiência ovariana precoce ou insuficiência ovariana primária.

Sintomas

Sintomas da perimenopausa

Durante a perimenopausa, os sintomas podem ser inexistentes, leves, moderados ou graves. Os sintomas podem durar de seis meses a 10 anos e, às vezes, até mais tempo.

A menstruação irregular pode ser o primeiro sintoma de perimenopausa. Normalmente, as menstruações vêm com mais frequência, depois passam a vir com menos frequência, mas qualquer padrão é possível. As menstruações podem ser de curta ou longa duração, com fluxo mais fraco ou mais intenso. Às vezes, elas podem ficar meses sem vir e depois voltam a ficar regulares. Em algumas mulheres, as menstruações ocorrem regularmente até a menopausa.

As ondas de calor afetam 75% a 85% das mulheres. Elas normalmente começam antes das menstruações cessarem. Elas duram em média quase sete anos e meio, mas podem durar mais de dez anos. As ondas de calor costumam se tornar menos intensas e ocorrer com menos frequência à medida que o tempo passa.

As causas das ondas de calor

As causas das ondas de calor são desconhecidas. Porém, elas talvez envolvam a restauração do termostato do cérebro, o hipotálamo, que controla a temperatura corporal. Consequentemente, aumentos muito baixos de temperatura podem fazer com que a mulher sinta calor. As ondas de calor talvez estejam relacionadas a variações nos níveis hormonais. Não existe evidência científica de que comida apimentada ou bebidas alcoólicas desencadeiam as ondas de calor.

Durante uma onda de calor, os vasos sanguíneos próximos à superfície da pele aumentam (dilatam-se). Consequentemente, o fluxo sanguíneo aumenta, deixando a pele, principalmente da cabeça e do pescoço, vermelha e quente (ruborizada). A mulher sente calor e ela pode transpirar intensamente. Às vezes, as ondas de calor são chamadas de fogacho, pois a pele do rosto pode ficar vermelha.

A onda de calor dura entre 30 segundos a cinco minutos e pode ser seguida por calafrios. Suores noturnos são ondas de calor que ocorrem durante a noite.

Outros sintomas podem ocorrer na época da menopausa. As mudanças nos níveis hormonais que ocorrem nessa época podem contribuir para:

  • Dor nos seios
  • Mau humor
  • Piora da enxaqueca que ocorre logo antes, durante ou logo após a menstruação (enxaquecas menstruais)
  • Depressão, irritabilidade, ansiedade, nervosismo, distúrbios do sono (incluindo insônia), perda de concentração, dor de cabeça e fadiga também podem ocorrer. Muitas mulheres sofrem desses sintomas durante a perimenopausa e presumem que a causa é a menopausa. Entretanto, a evidência que corrobora a relação entre a menopausa e esses sintomas é heterogênea. Esses sintomas não estão relacionados diretamente à diminuição dos níveis de estrogênio que ocorrem na menopausa. Muitos outros fatores, como o próprio envelhecimento ou certos distúrbios, podem explicar os sintomas.
  • Os suores noturnos podem perturbar o sono, contribuindo para a fadiga, irritabilidade, perda de concentração e alterações de humor. Nesses casos, tais sintomas podem estar relacionados indiretamente, em decorrência dos suores noturnos, à menopausa. Entretanto, durante a menopausa, os distúrbios do sono são comuns mesmo entre mulheres que não sofrem de ondas de calor. Os estresses da meia-idade (por exemplo, conflitos com adolescentes, preocupações com envelhecimento, cuidados com pais idosos e mudanças nas relações conjugais), podem contribuir para os distúrbios do sono. Assim, a relação entre fadiga, irritabilidade, perda de concentração e alterações de humor parece menos evidente.

Sintomas após a menopausa

Muitos dos sintomas que ocorrem durante a perimenopausa, apesar de perturbadores, tornam-se menos frequentes e intensos após a menopausa. Entretanto, a diminuição da concentração de estrogênio causa mudanças que podem prosseguir e afetar negativamente a saúde (por exemplo, o aumento do risco de ter osteoporose). Essas mudanças talvez se agravem, a menos que sejam tomadas as medidas cabíveis para preveni-las. Essas mudanças podem afetar:

Aparelho reprodutor: O revestimento da vagina se torna mais fino, mais seco e menos elástico (um quadro clínico denominado atrofia vaginal, que às vezes é chamado incorretamente de vaginite atrófica). Estas mudanças podem causar dor durante as relações sexuais. Outros órgãos sexuais, como os pequenos lábios, o clitóris, o útero e os ovários, diminuem de tamanho. O desejo sexual (libido) normalmente diminui com a idade. A maioria das mulheres ainda pode ter orgasmo, mas algumas precisam de mais tempo para alcançá-lo.

Trato urinário: O revestimento da uretra torna-se mais fino; e a uretra, mais curta. Por causa dessas mudanças, micro-organismos podem entrar no corpo e algumas mulheres apresentam infecções das vias urinárias mais facilmente. A mulher com infecção do trato urinário pode ter uma sensação de ardência ao urinar. Após a menopausa, a necessidade de urinar pode subitamente se tornar irresistível (denominada incontinência urinária de urgência), o que às vezes dá origem à incontinência urinária, que é a micção involuntária. A incontinência urinária torna-se mais comum e grave com o avanço da idade. Entretanto, ainda não se sabe o quanto a menopausa contribui para a incontinência. Muitos outros fatores, como consequências do parto, obesidade e utilização de terapia hormonal, contribuem para a incontinência.

Cútis: A redução nos níveis de estrogênio, bem como o próprio envelhecimento, causam uma diminuição na quantidade de colágeno (uma proteína que fortalece a pele) e de elastina (uma proteína que confere elasticidade à pele). Assim, a pele pode tornar-se mais fina, seca, menos elástica e mais suscetível a lesões.

Osso: A diminuição de estrogênio frequentemente causa uma diminuição da densidade óssea e, às vezes, osteoporose, pois o estrogênio ajuda a preservar os ossos. Os ossos perdem densidade e ficam mais fracos, aumentando as chances de fraturas. Durante os primeiros cinco anos após a menopausa, a densidade óssea diminui rapidamente. Depois disso, ela diminui aproximadamente no mesmo ritmo que a dos homens (aproximadamente 1% a 3% por ano).

Níveis de gordura (lipídios): Após a menopausa, os níveis do colesterol de lipoproteína de baixa densidade (LDL, o colesterol ruim), aumentam nas mulheres. Os níveis de colesterol de lipoproteína de alta densidade (HDL, o colesterol bom) continuam a ser aproximadamente os mesmos que antes da menopausa. A alteração nos níveis de LDL talvez explique, em parte, por que a aterosclerose e, consequentemente, a doença arterial coronariana ocorrem com mais frequência em mulheres após a menopausa. Entretanto, ainda não se sabe se essas mudanças são causadas pelo envelhecimento ou pela diminuição da concentração de estrogênio após a menopausa. Até a menopausa, é possível que a alta concentração de estrogênio proteja contra a doença arterial coronariana.

A síndrome genito-urinária da menopausa é um termo mais recente e exato, utilizado para indicar os sintomas que afetam a vagina e o trato urinário e que são causados pela menopausa, como secura vaginal, dor durante a relação sexual, urgência urinária e infecções do trato urinário.

Diagnóstico

Em algumas raras ocasiões, exames de sangue para medir os níveis hormonais

A menopausa é evidente em aproximadamente 75% das mulheres. Assim, análises laboratoriais são normalmente desnecessárias.

Se a menopausa começar vários anos antes dos 50 ou os sintomas não forem nítidos, é possível que exames sejam realizados para constatar distúrbios que podem interromper as menstruações. Raramente, em caso de a menopausa ou perimenopausa precisar de confirmação, é possível realizar exames de sangue para medir os níveis de hormônio folículo-estimulante (que estimula os ovários a produzir estrogênio e progesterona).

Antes de iniciar qualquer tratamento, o médico faz o seguinte:

  • Faz perguntas à mulher sobre seu histórico médico e familiar
  • Realiza um exame físico, incluindo exame da mama e exame pélvico, e medição da pressão arterial
  • Durante o exame pélvico, o médico verifica se existem as mudanças características na vagina, que dão respaldo ao diagnóstico de menopausa. O médico também verifica se existem anomalias nos órgãos reprodutores.
  • O histórico médico e familiar da mulher ajuda o médico a determinar se ela tem risco de ter determinados distúrbios após a menopausa.
  • Caso uma mamografia não tenha sido realizada recentemente, ela será realizada como parte dos cuidados de rotina. É possível que sejam feitos exames de sangue.
  • A densidade óssea é medida nas mulheres que cumprem com os seguintes critérios:
  • Aquelas com um alto risco de osteoporose
  • Aquelas que tiveram um transtorno alimentar ou cirurgia de bypass gástrico, que utilizaram corticosteróides por muito tempo ou que têm doença de Crohn ou síndrome da má absorção
  • Todas as mulheres com 65 anos ou mais

Tratamento

Medidas gerais

Certos medicamentos

Medicina complementar e alternativa

Terapia hormonal

Compreender o que ocorre durante a perimenopausa pode ajudar a mulher a lidar com os sintomas. Conversar com outras mulheres que já tenham passado pela menopausa ou com o médico também pode ajudar.

O enfoque do tratamento da menopausa é aliviar os sintomas, como as ondas de calor e a secura vaginal. Medidas gerais talvez ajudem; porém, quando é necessário outro tratamento, o mais eficaz é a:

Terapia hormonal (estrogênio, um progestogênio ou ambos)

O progestogênio diz respeito tanto à forma sintética como à forma natural da progesterona (um hormônio feminino). Outro termo, a progestina, diz respeito apenas às formas sintéticas.

Medidas eficazes que não envolvem o uso de hormônio incluem:

  • Terapia cognitivo-comportamental
  • Outros medicamentos, como dois tipos de antidepressivos (inibidores seletivos de recaptação de serotonina ou os inibidores seletivos de recaptação de serotonina- noradrenalina) ou o anticonvulsivo gabapentina

A terapia cognitivo-comportamental foi adaptada para ser utilizada durante a transição entre a menopausa e a pós-menopausa. Ela pode ajudar a mulher a controlar ondas de calor e suores noturnos.

Medicamentos

Vários tipos de medicamentos podem ajudar a aliviar alguns dos sintomas associados à menopausa.

Gabapentina, um anticonvulsivo e antidepressivos (como desvenlafaxina, fluoxetina, paroxetina, sertralina ou venlafaxina) são levemente eficazes para aliviar as ondas de calor, mas são menos eficazes que a terapia hormonal. Os antidepressivos também talvez ajudem a aliviar a depressão, a ansiedade e a irritabilidade.

Às vezes, recomenda-se um sonífero para aliviar a insônia.

Medicina complementar e alternativa

Algumas mulheres tomam ervas medicinais e outros suplementos para aliviar ondas de calor, irritabilidade, alterações de humor e perda de memória. Contudo, o cohosh negro, outras ervas medicinais (como dong quai, óleo de prímula, ginseng e erva-de-são-joão) e outros medicamentos de venda livre não parecem ser mais eficazes que placebo, que funciona aproximadamente 50% das vezes. Além disso, esses remédios não possuem regulamentação da mesma maneira que os medicamentos. Ou seja, seus fabricantes não precisam comprovar sua segurança ou eficácia nem informar os ingredientes e respectivas quantidades contidas no produto sem padronização

Estudos com a proteína de soja obtiveram resultados incongruentes. Um produto de soja chamado S-equol talvez ajude a aliviar ondas de calor em algumas mulheres.

Alguns suplementos, como kava, podem ser prejudiciais. Ademais, alguns complementos podem reagir com outros medicamentos e agravar alguns distúrbios.

Preocupações sobre a utilização da terapia hormonal padrão levaram a um aumento no interesse em utilizar hormônios derivados de plantas, como o inhame e a soja. Esses hormônios têm quase a mesma estrutura molecular de hormônios produzidos pelo organismo e, por isso, são chamados de hormônios bioidênticos. Muitos hormônios utilizados na terapia hormonal padrão também são os denominados hormônios bioidênticos derivados de plantas. Contudo, os hormônios utilizados na terapia hormonal padrão foram testados e aprovados, e sua utilização é monitorada com atenção.

Às vezes, os farmacêuticos manipulam hormônios bioidênticos para uma paciente de acordo com a receita médica. São os chamados hormônios bioidênticos de manipulação. Sua fabricação, não é devidamente regulamentada. Por isso, muitas doses, apresentações e muitos compostos são possíveis e a pureza, consistência e potência dos produtos variam. Os hormônios bioidênticos de manipulação são frequentemente comercializados como substitutos para a terapia hormonal padrão e, às vezes, apresentados como uma alternativa melhor e mais segura que aquela. Porém, não há evidência de que esses produtos de manipulação sejam melhores e mais eficazes, ou mesmo eficazes, em comparação à terapia hormonal padrão. Às vezes, a mulher não é informada de que os produtos de hormônios bioidênticos de manipulação possuem os mesmos riscos que os hormônios padrão.

Recomenda-se às mulheres que pretendem utilizar tais suplementos conversarem sobre eles com um médico.

Terapia hormonal para a menopausa

Portanto a terapia hormonal pode aliviar tanto sintomas moderados quanto graves da menopausa, como ondas de calor, suores noturnos e secura vaginal. Entretanto, a terapia hormonal pode aumentar o risco de desenvolvimento de certos distúrbios graves.

A terapia hormonal melhora a qualidade de vida de muitas mulheres ao aliviar os sintomas, mas ela não melhora a qualidade de vida de mulheres que não têm sintomas. Assim, a terapia hormonal não é administrada rotineiramente a mulheres na pós-menopausa. Seguir ou não uma terapia hormonal é uma decisão que precisa ser tomada em conjunto pela paciente e seu médico tomando por base a situação individual da mulher.

Para muitas mulheres, há mais riscos do que benefícios em potencial, então não se recomenda essa terapia. Entretanto, em algumas mulheres, dependendo dos problemas de saúde e dos fatores de risco, é possível que os benefícios sejam superiores aos riscos.

Por exemplo, a terapia hormonal talvez seja recomendada para mulheres com alto risco de apresentar perda óssea ou fratura em conjunto com mais um dos quesitos a seguir:

  • Idade inferior a 60 anos.
  • A menopausa foi diagnosticada há menos de 10 anos.
  • A mulher não pode tomar outros medicamentos (como bifosfonatos) para prevenir a perda óssea e fraturas.

A terapia hormonal reduz a perda óssea e o risco de fratura nessas mulheres.

Geralmente, o médico não recomenda à mulher que comece a tomar terapia hormonal se:

A idade for superior a 60 anos.

A menopausa foi diagnosticada há mais de 10 a 20 anos.

Nessas mulheres, o risco de doença arterial coronariana, acidente vascular cerebral, coágulos sanguíneos nas pernas, coágulos sanguíneos nos pulmões e demência é mais alto.

Quando a terapia hormonal é utilizada, o médico receita a menor dose de hormônio que consegue controlar os sintomas e pelo período mais curto.

A terapia hormonal pode incluir:

  • Estrogênio
  • Um progestogênio (como progesterona ou acetato de medroxiprogesterona)
  • Ambos

Todos os hormônios usados na terapia hormonal são produzidos em laboratório. Podem ou não ser idênticos aqueles produzidos pelo corpo, mas a forma como agem no organismo é muito similar. Os progestogênios se assemelham à progesterona, um hormônio feminino produzido pelo organismo.

O estrogênio e os progestogênios têm diversas apresentações farmacêuticas. O estradiol e os estrogênios conjugados (uma mistura de estrogênios) são apresentações farmacêuticas de estrogênio que costumam ser usadas com frequência.

A mulher que ainda possui o útero geralmente recebe estrogênio mais um progestogênio (terapia hormonal combinada), pois tomar apenas estrogênio aumenta o risco de ter câncer do revestimento uterino (câncer de endométrio). O progestogênio ajuda a prevenir esse tipo de câncer. A mulher que não tiver mais útero pode tomar apenas estrogênio.

Os benefícios e os riscos da terapia hormonal dependem do fato de os hormônios serem tomados isoladamente ou em conjunto.

Estrogênios com ou sem um progestogênio: Benefícios e riscos em potencial

O estrogênio tem muitos benefícios:

Ondas de calor e outros sintomas: o estrogênio é o tratamento mais eficaz para ondas de calor.

Ressecamento e adelgaçamento dos tecidos vaginais e trato urinário: O estrogênio pode prevenir o ressecamento e adelgaçamento desses tecidos. Assim, ele reduz as dores durante a relação sexual.

Quando o único problema da mulher é o ressecamento e adelgaçamento desses tecidos, é possível que o médico recomende uma apresentação farmacêutica de estrogênio que é inserida na vagina. Essas apresentações farmacêuticas incluem comprimidos de estrogênio de baixa dose, um anel de estrogênio de baixa dose e um creme de estrogênio de baixa dose. Quando uma baixa dose de estrogênio for usada, a mulher que ainda tem o útero não precisa tomar uma progestina.

Uma necessidade urgente de urinar e infecções recorrentes do trato urinário: As apresentações farmacêuticas de estrogênio que são inseridas na vagina (cremes, comprimidos ou anéis) ajudam a aliviar esses problemas.

Osteoporose: O estrogênio, com ou sem um progestogênio, ajuda a prevenir ou adiar o surgimento da osteoporose. Entretanto, normalmente não se recomenda mais seguir a terapia hormonal com o único objetivo de prevenir a osteoporose. Em vez disso, a maioria das mulheres pode tomar um bifosfonato ou outro medicamento para ajudar a prevenir a osteoporose (embora esses medicamentos tenham seus próprios riscos). Os bifosfonatos aumentam a massa óssea, reduzindo o número de ossos que o corpo decompõe durante a reconstituição óssea. O organismo realiza um processo contínuo de decomposição e reconstituição óssea para ajudá-los a atenderem às exigências impostas a eles. Conforme as pessoas envelhecem, ocorre mais decomposição que reconstituição óssea.

A mulher que ainda possui o útero e toma estrogênio sem um progestogênio tem um risco maior de ter câncer de endométrio. O risco aumenta ainda mais por causa de doses altas e uso prolongado do estrogênio. A ingestão de um progestogênio com estrogênio quase sempre elimina o risco de ter câncer de endométrio; no caso de mulheres que não seguem uma terapia hormonal, a redução do risco é inferior.

O estrogênio, tomado com ou sem um progestogênio, aumenta o risco de:

Câncer de mama: Começa a ocorrer um aumento muito leve no risco de ter câncer de mama depois de ela tomar estrogênio com um progestogênio por aproximadamente três a cinco anos.

Porém, caso o estrogênio seja tomado isoladamente no início da menopausa, o aumento do risco talvez demore dez ou mesmo 15 anos para ocorrer:

  • Acidente vascular cerebral
  • Coágulos sanguíneos nas pernas e nos pulmões
  • Distúrbios da vesícula biliar (como cálculos biliares)
  • Incontinência urinária: A ingestão de estrogênio aumenta o risco de apresentar incontinência e agrava a incontinência preexistente.

Para alguns distúrbios, é difícil determinar se o risco aumenta com o estrogênio isolado ou estrogênio com um progestogênio (terapia combinada).

Risco da terapia hormonal

Embora seguir uma terapia hormonal aumente o risco de todos os distúrbios acima, o risco ainda é baixo em mulheres saudáveis que seguiram uma terapia hormonal por pouco tempo ou logo após a perimenopausa. O risco da maioria desses distúrbios aumenta com a idade, principalmente 10 anos ou mais após a menopausa, independentemente de seguir ou não uma terapia hormonal. Em mulheres mais velhas, tomar estrogênio com um progestogênio também aumenta o risco de ter doença arterial coronariana.

Pensa-se que os riscos da terapia hormonal são menores quando se utilizam doses baixas de estrogênio. As apresentações de estrogênio para inserção na vagina (como cremes ou anéis com estrogênio ou comprimidos de estrogênio) normalmente possuem doses menores em relação aos comprimidos de uso oral.

O estrogênio administrado por meio de um adesivo na pele (por via transdérmica) parece ter um risco menor de causar coágulos sanguíneos, acidente vascular cerebral e distúrbios da vesícula biliar (como cálculos biliares) que outras apresentações que são tomadas por via oral.

Em geral, a mulher com câncer de mama, doença arterial coronariana ou coágulos sanguíneos nas pernas, que já teve acidente vascular cerebral ou apresenta fatores de risco para esses distúrbios não deve tomar terapia de estrogênio.

A terapia hormonal combinada reduz o risco de:

Osteoporose

Câncer colorretal

Progestogênios: Benefícios e riscos

Os progestogênios têm alguns benefícios:

Câncer de endométrio: Tomar um progestogênio com estrogênio quase sempre elimina o risco de câncer de endométrio na mulher que ainda possui o útero.

Ondas de calor: Os progestogênios de alta dose podem aliviar as ondas de calor. Porém, eles não são tão eficazes quanto o estrogênio.

Os progestogênios podem aumentar o risco de:

Um aumento nos níveis de colesterol LDL (o colesterol ruim): Os progestogênios podem ter esse efeito. Contudo, a progesterona micronizada (uma forma de progesterona natural em vez de sintética) parece exercer um efeito menos negativo sobre os níveis de LDL que as progestinas sintéticas.

Coágulos sanguíneos nas pernas e nos pulmões.

O efeito de um progestogênio isolado no risco de outros distúrbios ainda é desconhecido.

Efeitos colaterais

Os efeitos colaterais do estrogênio e dos progestogênios, principalmente em doses altas, podem incluir náuseas, dor na mama, dor de cabeça, retenção de líquidos e alterações de humor.

Apresentações da terapia hormonal

O estrogênio e/ou um progestogênio podem ser tomados de várias maneiras:

  • Comprimidos de estrogênio ou de um progestogênio tomados pela boca (por via oral)
  • Comprimidos, cremes ou anéis de estrogênio inseridos na vagina (via vaginal)
  • Loções, sprays ou géis de estrogênio aplicados externamente sobre a pele (via tópica)
  • Adesivos cutâneos (por via transdérmica) de estrogênio ou de combinação de estrogênio e progestogênio

Na apresentação de comprimidos de uso oral, o estrogênio e um progestogênio podem ser tomados separadamente em dois comprimidos ou em um comprimido combinado. Normalmente, o estrogênio e um progestogênio são tomados todos os dias. Esse esquema pode causar sangramento vaginal irregular durante o primeiro ano ou nos anos seguintes de terapia. (Contudo, a mulher deve consultar o médico, se o sangramento continuar por mais de um ano.) Alternativamente, o estrogênio pode ser tomado todos os dias e um progestogênio é tomado por 12 a 14 dias por mês. A maioria das mulheres que segue esse esquema apresenta sangramento vaginal mensalmente nos dias após elas terem tomado progestogênio.

As apresentações vaginais do estrogênio são inseridas dentro da vagina. Essas apresentações farmacêuticas incluem:

  • Um creme que é inserido com um aplicador plástico
  • Um comprimido que é inserido com um aplicador plástico
  • Um anel que contém estrogênio (parecido com um diafragma)

Há diversos produtos, com diferentes dosagens e tipos de estrogênio. Cremes e anéis podem conter doses altas ou baixas de estrogênio. A mulher também recebe um progestogênio para reduzir o risco de ter câncer de endométrio, caso uma alta dose de estrogênio seja administrada por via vaginal. Geralmente uma baixa dose é suficiente para tratar os sintomas vaginais.

A utilização de estrogênio aplicado por via vaginal para tratar os sintomas que afetam a vagina (por exemplo, a secura ou adelgaçamento vaginal) pode ser mais eficaz que a ingestão do estrogênio por via oral. Esse tratamento ajuda a evitar que as relações sexuais sejam dolorosas, diminui a urgência de urinar e reduz o risco de ter infecções da bexiga.

O estrogênio pode ser aplicado na pele na forma de loção, spray ou gel.

O estrogênio ou estrogênio mais um progestogênio também pode ser aplicado na pele na forma de adesivo transdérmico.

Moduladores seletivos do receptor de estrogênio (SERMs)

Já os SERMs, como raloxifeno e tamoxifeno, funcionam como o estrogênio em alguns aspectos, mas revertem seus efeitos em outros. O raloxifeno é utilizado para tratar osteoporose e prevenir o câncer de mama. O tamoxifeno é utilizado para tratar o câncer de mama. O ospemifeno pode ser utilizado para aliviar a secura vaginal.

Mas quando a mulher toma um SERM, é possível que as ondas de calor piorem temporariamente.

Portanto o bazedoxifeno é um SERM que é administrado junto com estrogênio através de um comprimido combinado. Ele pode aliviar as ondas de calor e os sintomas de atrofia vaginal, reduz a dor nos seios, melhora o sono e previne a perda óssea. Assim como o estrogênio, este medicamento aumenta o risco de desenvolver coágulos sanguíneos nas pernas e nos pulmões, mas ele pode reduzir o risco de apresentar câncer de endométrio e ele tem menos efeitos sobre a mama.

Desidroepiandrosterona (DHEA)

Já a desidroepiandrosterona (DHEA) é um esteroide que é produzido nas glândulas adrenais e que é convertido em hormônios sexuais ( estrogênios e androgênios). Ela está disponível em supositórios que são colocados na vagina. Aparentemente, a DHEA alivia a secura vaginal e outros sintomas da atrofia vaginal. Ela também é utilizada para reduzir a dor durante as relações sexuais devido à atrofia vaginal.

Fonte: Por JoAnn V. Pinkerton, MD, University of Virginia Health System traduzido por Momento Saúde

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