As doenças autoimunes têm como característica principal a produção de auto anticorpos. Esses auto anticorpos podem reconhecer antígenos do próprio organismo, desencadeando uma resposta imune, que cursa com inflamação e dano tecidual.
Portanto as doenças autoimunes podem ser divididas em órgão-específicas e não órgão-específicas. As órgão-específicas, como o próprio nome diz, acometem determinados órgãos. Já as não órgão-específicas, também chamadas de sistêmicas, podem afetar, ao mesmo tempo, várias partes do organismo.
Exemplos de doenças autoimunes órgão-específicas:
- diabetes mellitus tipo 1;
- tireoidite de Hashimoto;
- doença de Addison;
- cirrose biliar primária;
- hepatite autoimune;
- doença celíaca;
- vitiligo.
Exemplos de doenças autoimunes não órgão-específicas:
- lúpus eritematoso sistêmico;
- polimiosite/dermatomiosite;
- esclerose sistêmica;
- artrite reumatoide;
- doença mista do tecido conjuntivo;
- síndrome de Sjögren;
- vasculites.
COMO INVESTIGAR UMA DOENÇA AUTOIMUNE?
Muitos auto anticorpos são utilizados como biomarcadores das doenças reumáticas autoimunes sistêmicas (DRAS) por serem dosáveis no soro e terem importância tanto diagnóstica quanto prognóstica nesses pacientes.
A importância prognóstica se deve ao fato de que parte desses anticorpos é utilizada como indicativo de atividade de doença ou demonstra valor preditivo para o acometimento de determinados órgãos.
AVALIAÇÃO LABORATORIAL DA AUTOIMUNIDADE
Quanto a avaliação de pacientes com suspeita de doença autoimune sistêmica deve focar na pesquisa de auto anticorpos por testes sorológicos, na investigação de inflamação e na monitorização do envolvimento de alguns órgãos e sistemas.
Mas o exame de triagem para dosagem de auto anticorpos é a pesquisa de anticorpos contra antígenos celulares, conhecido como Fator Antinuclear (FAN). Conforme o resultado do FAN e a suspeita clínica, é recomendável prosseguir com a investigação, por meio da dosagem dos anticorpos específicos. A solicitação desses anticorpos deve ser guiada pela hipótese diagnóstica formulada pelo médico.
TESTE DE FAN
Sendo o mais solicitado atualmente quando se suspeita de uma doença autoimune, o FAN é, portanto, considerado um exame de primeira linha no processo de investigação das DRAS.
Importante destacar que, para a correta interpretação do FAN, dois elementos devem ser rigorosamente observados: o título e o padrão. Eles interferem diretamente no resultado do exame. Em linhas gerais, quanto maior o título mais chance existe de estar diante das DRAS. Padrões distintos de FAN sinalizam para antígenos celulares diferentes, desencadeando a resposta imune, que aponta para doenças também distintas.
Portanto estudos de casos de pacientes com doenças autoimunes de origem reumática, em que é possível acompanhar todas as etapas para o desenvolvimento de um diagnóstico preciso.