A doença de Fabry ocorre quando o corpo não tem as enzimas necessárias para decompor um glicolipídio.
Os sintomas incluem nódulos na pele, problemas oculares, insuficiência renal e doença cardíaca.
O diagnóstico toma por base os resultados de exames preventivos pré-natais, de exames preventivos no recém-nascido e de outros exames de sangue.
A maioria das crianças que tem a doença de Fabry vive até a idade adulta.
Tratamento consiste de terapia de reposição enzimática.
As esfingolipidoses ocorrem quando a pessoa não tem as enzimas necessárias para decompor (metabolizar) os esfingolipídeos, que são compostos que protegem a superfície celular e desempenham determinadas funções nas células. Existem vários tipos de esfingolipidoses além da doença de Fabry:
- Doença de Gaucher (a mais comum)
- Doença de Krabbe
- Leucodistrofia metacromática
- Doença de Niemann-Pick (tipos A e B)
- Doença de Sandhoff
- Doença de Tay-Sachs
Na doença de Fabry, um glicolipídio, que é um produto do metabolismo das gorduras, se acumula nos tecidos. A enzima necessária para decompor o glicolipídio, denominada alfa-galactosidase A, não funciona corretamente. Uma vez que o gene defeituoso desse raro distúrbio hereditário é transportado no cromossomo X, a doença ocorre em sua forma plena somente em meninos. Uma vez que as meninas têm dois cromossomos X, as meninas afetadas podem ter sintomas, mas não manifestar a doença de Fabry em sua forma plena.
Angioceratomas na Doença de Fabry
Diagnóstico
Exames preventivos pré-natais
Exames preventivos no recém-nascido
Outros exames de sangue
Antes do nascimento, a doença de Fabry pode ser diagnosticada no feto mediante amostragem de vilosidades coriônicas ou amniocentese, que são exames preventivos pré-natais.
Depois do nascimento, a doença de Fabry pode ser diagnosticada, em alguns estados dos EUA, mediante exames preventivos de rotina no recém-nascido. O médico mede os níveis de alfa-galactosidase A no sangue ou nos glóbulos brancos.
Tratamento
Terapia de reposição enzimática
Às vezes, transplante renal
A doença de Fabry é tratada com terapia de reposição enzimática. O tratamento também consiste em tomar analgésicos para ajudar a aliviar a dor e a febre ou anticonvulsivantes. A pessoa com insuficiência renal pode precisar de um transplante de rim.
Em 2018, A FDA aprovou o migalastate para 348 variantes genéticas suscetíveis de GLA, sendo o primeiro medicamento oral para a doença de Fabry, e a primeira nova terapêutica aprovada para o tratamento da doença nos Estados Unidos da América (EUA) em mais de 15 anos.
As pessoas com doenças raras costumam ter opções de tratamento limitadas, pelo que os trabalhos de investigação que conduzam a novas terapêuticas são fundamentais.
A aprovação da FDA baseou-se em dados do ensaio clinico de fase 3, em doentes sem tratamento prévio (Estudo 011, ou FACETS), que demonstrou a eficácia do fármaco, incluindo uma redução na quantidade de substrato acumulado nos capilares intersticiais do rim. Os efeitos secundários mais comuns relacionados foram dor de cabeça, nasofaringite, infeção do trato urinário, náuseas e pirexia.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aprovou um novo medicamento (migalastate, molécula denominada chaperona farmacológica) para o tratamento de pacientes acima de 16 anos com o diagnóstico confirmado da Doença de Fabry. O desenvolvimento é uma parceria da Multicare Pharmaceuticals em parceria com a Amicus Therapeutics e marca a segunda aprovação regulatória do tratamento na América Latina.
Todo o processo de análise para a regulação e possível aprovação do medicamento foi mais rápido graças à uma norma específica da ANVISA, de 2017, que determina procedimentos especiais para os ensaios clínicos que envolvam medicamentos para doenças raras. O procedimento de análise durou cerca de 8 meses, mais rápido se comparado a vários países da Europa.
O lançamento oficial está previsto para os próximos meses, após o preenchimento de todos os requisitos necessários. Há pedidos adicionais de autorizações, em processo de revisão, para que o produto esteja disponível no mercado em breve. Entretanto, Dario Baldini, Diretor de Assuntos Estratégicos da Multicare Pharmaceuticals, avalia o cenário como “uma importante etapa para obter uma autorização para introdução completa no mercado nacional do medicamento”.
No Brasil o medicamento será a marca da segunda aprovação na América Latina. O primeiro país do bloco a receber sinal positivo foi a Argentina. O Presidente e Diretor da Executivo da Amicus Therapeutics vê a aprovação como “uma importante etapa para os nossos esforços de prestar suporte às pessoas na América Latinas afetadas pela doença e com mutações genéticas suscetíveis, disponibilizando um novo tratamento que tem o potencial de transformar vidas”.
Fonte: Por Matt Demczko, MD, Sidney Kimmel Medical College of Thomas Jefferson University traduzido por Momento Saúde
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