CFM admite que máscaras são ineficazes para prevenir covid-19

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Em ofício enviado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), nesta segunda-feira (13), o Conselho Federal de Medicina (CFM) admitiu que as máscaras utilizadas para prevenir a infecção por covid-19 são ineficazes contra a doença.

“Por fim, existem já estudos de grande relevância científica que demonstram a ineficiência de tal medida na redução da propagação do SARS-CoV-2. Tais investigações apresentam uma variedade de métodos, fontes de dados e formas de análise que requerem avaliações detalhadas muito além da mera leitura de título e resumo ou mesmo do uso de ferramentas automatizadas”, diz o CFM no documento obtido com exclusividade pelo BSM (leia o documento na íntegra)

O ofício destaca que as máscaras podem conter partículas grandes do covid-19, mas aponta há fortes indícios que as partículas mais finas não são impedidas pelas máscaras, já que “tendem a permanecer no ar por muito tempo e viajar distâncias relativamente longas”.

O CFM também ressalta que a falta na uniformidade de máscaras disponíveis á população afeta a “eventual eficácia de forma muito relevante em função dos diferentes tipos, materiais, formatos e qualidade, bem como o seu uso, ajuste e limpeza, além do ambiente envolvido.”

A autarquia também elenca estudos favoráveis e desfavoráveis ao uso de máscara para sustentar sua conclusão. Ao final, o documento cita uma metanálise publicada pelo maior centro de medicina baseado em evidências do Planeta, a Cochrane Library.

O estudo analisou 12 ensaios, comparado máscaras médicas/cirúrgicas com o não uso de máscaras para prevenir a disseminação de doenças respiratórias virais (dois ensaios com trabalhadores de saúde e 10 na comunidade).

“O uso de máscaras na comunidade provavelmente faz pouca ou nenhuma diferença no resultado da doença parecida com a gripe (ILI)/doença parecida com a COVID-19 em comparação com o não uso de máscaras (razão de risco (RR) 0,95, intervalo de confiança de 95% (CI) 0,84 a 1,09; 9 ensaios, 276.917 participantes; evidência de certeza moderada). O uso de máscaras na comunidade provavelmente faz pouca ou nenhuma diferença no resultado da influenza laboratorialmente confirmada/SARS-CoV-2 em comparação com o não uso de máscaras (RR 1,01, IC 95% 0,72 a 1,42; 6 ensaios, 13.919 participantes; evidência de certeza moderada). Os danos foram medidos raramente e mal relatados (evidência de muito baixa certeza).”, diz o documento do CFM citando o estudo.

A autarquia também expõe que “as conclusões pela ineficiência são baseadas em metanálise de estudos randomizados (RCTs). As máscaras não fazem quase diferença, os resultados não só não têm significância estatística, como as estimativas pontuais de eficácia são muito próximas de zero”.

Além disso, o estudo pontua que não diferença de eficácia entre as máscaras cirúrgicas e as N95 – o que desmonta a narrativa propagada nos últimos dois anos que essa máscara seria mais eficaz.

“O uso de N95/P2 respiradores em comparação com máscaras médicas/cirúrgicas provavelmente faz pouca ou nenhuma diferença para o resultado objetivo e mais preciso de infecção por influenza confirmada por laboratório (RR 1,10, IC 95% 0,90 a 1,34; 5 ensaios, 8407 participantes; evidência de certeza moderada). Restringir a agregação a trabalhadores de saúde não fez diferença para os resultados gerais. Os danos foram mal medidos e relatados, mas o desconforto com o uso de máscaras médicas/cirúrgicas ou N95/P2 respiradores foi mencionado em vários estudos (evidência de muito baixa certeza)”, acrescenta o estudo.

O CFM também critica as medidas tomadas por agentes públicos que se utilizaram da suposta eficácia para tornar obrigatório o uso de máscaras em diversos locais. A autarquia cita a postura da Anvisa como exemplo.

“Portanto, não há evidência científica de que o uso de máscaras de forma banalizada e disseminada na comunidade tenha algum impacto sobre a transmissão de COVID-19 ou mesmo redução de adoecimento. Isso inclui medidas como as da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que vem obrigando passageiros, tripulantes e funcionários de aeroportos a usarem máscaras quando entram no chamado “lado ar” do aeroporto. Além de não ter evidência de proteção, existe evidência de agravos à saúde dos tripulantes, passageiros e ao meio ambiente.”, conclui o CFM.

Fonte: https://static.brasilsemmedo.com/files/2023/02/13/SEI_0081467_Oficio_539-_ANVISA.pdf?_ga=2.97213655.977907701.1676378094-481584821.1676378094

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