Hepatite C, crônica

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Hepatite C crônica é uma inflamação do fígado causada pelo vírus da hepatite C e que durou por mais de seis meses.

A hepatite C frequentemente só causa sintomas depois que o fígado foi gravemente lesado.

Os médicos diagnosticam a hepatite C crônica com base nos exames de sangue.

Se a hepatite C crônica tiver causado cirrose, triagem para câncer hepático é feita a cada seis meses.

A hepatite C crônica é tratada com medicamentos antivirais.

A hepatite C aguda se torna crônica em cerca de 75% das pessoas afetadas.

Estima-se que 2,7 a 3,9 milhões de pessoas nos Estados Unidos tenham hepatite C crônica. Em todo o mundo, estima-se que 71 milhões de pessoas tenham hepatite C crônica.

A hepatite C crônica, se não for tratada, causa cirrose em cerca de 20% a 30% dos casos. Contudo, a cirrose pode levar décadas para se desenvolver. O risco de câncer hepático é aumentado apenas na presença de cirrose.

Existem diferentes tipos (genótipos 1 a 6) do vírus da hepatite C, às vezes tratados com medicamentos diferentes.

Sintomas

Muitas pessoas com hepatite C crônica não têm sintomas. Algumas sentem um mal-estar generalizado, perda do apetite, fadiga e desconforto abdominal vago.

Frequentemente, os primeiros sintomas específicos são aqueles de doença hepática crônica ou cirrose. Esses sintomas podem incluir:

  • Baço aumentado
  • Vasos sanguíneos em formato de pequenas aranhas (chamado angioma aracneiforme) visíveis na pele.
  • Palmas das mãos avermelhadas
  • Acúmulo de líquido dentro do abdômen ascite)
  • Aumento anormal da pressão sanguínea nas veias que levam o sangue do intestino para o fígado (hipertensão portal)
  • Deterioração da função cerebral devido ao mal funcionamento do fígado (encefalopatia hepática)
  • Icterícia (amarelamento da pele e da parte branca dos olhos)

O desenvolvimento de hipertensão portal ocorre porque uma grande quantidade de tecido cicatricial no fígado interfere no fluxo de sangue pelo fígado. Como resultado, o sangue volta pelas veias que o levam para o fígado (veias portais) e a pressão nessas veias aumenta.

A função do cérebro se deteriora porque o fígado gravemente lesado não consegue remover as substâncias tóxicas do sangue como normalmente faz. Estas substâncias se acumulam no sangue e chegam ao cérebro. O fígado normalmente remove estas substâncias do sangue, as degrada e elimina como subprodutos inócuos na bile (o líquido amarelo esverdeado que auxilia a digestão) ou no sangue ( Funções do fígado). O tratamento da encefalopatia hepática é capaz de impedir que a deterioração da função cerebral se torne permanente.

Triagem

Certas pessoas devem conversar com seu médico sobre fazer exames para hepatite C, independente de terem ou não sintomas sugestivos de hepatite.

Pessoas com as seguintes características devem ser triadas para hepatite C:

Nascidas entre 1945 e 1965, independentemente do país de nascimento

Usam atualmente ou já fizeram uso de drogas ilícitas injetáveis, mesmo que tenha sido apenas uma vez ou no passado distante

Já inalaram drogas ilícitas

Receberam tratamento injetável (na veia ou músculo) para problemas de coagulação do sangue antes de 1987

Receberam transfusão de sangue ou transplante de órgão antes de julho de 1992

Estão em tratamento ou já foram tratadas com hemodiálise prolongada

Têm exames hepáticos anormais ou uma doença hepática crônica

Trabalham em assistência à saúde ou segurança pública e foram expostos a sangue por picada de agulha ou outra lesão por um objeto cortante

Têm infecção por HIV

Já foram presos alguma vez

São filhos de mulheres com hepatite C

Esses testes são importantes porque pode não haver o desenvolvimento de sintomas até que a infecção tenha lesado o fígado extensivamente, anos depois de a pessoa ter sido infectada.

Diagnóstico

Exames de sangue

Os médicos podem suspeitar de hepatite C crônica quando

As pessoas apresentam sintomas típicos.

Exames de sangue (feitos por outros motivos) detectam enzimas hepáticas anormalmente elevadas.

As pessoas já haviam sido diagnosticadas com hepatite C aguda.

Exames para hepatite C crônica geralmente começam com exames de sangue para determinar o funcionamento do fígado ou se existe lesão hepática (testes de função hepática). Os testes de função hepática envolvem a medição dos níveis de enzimas hepáticas e de outras substâncias produzidas pelo fígado. Esses testes também podem ajudar a estabelecer ou excluir o diagnóstico de hepatite, identificar a causa e determinar a gravidade da lesão hepática.

Exames de sangue também são realizados para ajudar os médicos a identificar qual vírus da hepatite está provocando a infecção.

Exames de sangue são feitos para determinar se a pessoa foi infectada pelo vírus da hepatite C. Esses exames medem o seguinte:

Anticorpos produzidos pelo sistema imunológico da pessoa em resposta ao vírus da hepatite C

Material genético do vírus da hepatite C (chamado RNA do vírus da hepatite C)

Se a hepatite C crônica for confirmada, os médicos também investigam infecção pelo HIV e hepatite B, porque a disseminação destas infecções é, frequentemente, feita da mesma maneira: pelo contato com fluidos corporais como sangue e sêmen.

Após o diagnóstico de hepatite C, podem ser realizados exames para determinar o grau de lesão hepática e para investigar outras causas de doença hepática. Os exames podem incluir

Biópsia hepática

Exames de imagem especializados, como elastografia por ultrassom e elastografia por ressonância magnética

Exames de sangue para medir substâncias (chamadas marcadores) que indicam se existe fibrose e o quanto está presente

Triagem para câncer de fígado

Se a pessoa tiver hepatite C crônica, uma triagem para câncer hepático é realizada a cada seis meses. Ela pode incluir o seguinte:

Ultrassonografia

Algumas vezes, medidas dos níveis de alfa-fetoproteína

Os níveis de alfa-fetoproteína — uma proteína normalmente produzida por hepatócitos imaturos em fetos — geralmente aumentam quando há câncer hepático.

Tratamento

Medicamentos antivirais

A hepatite C crônica é tratada com medicamentos antivirais chamados antivirais de ação direta. Geralmente, vários fármacos são usados em conjunto.

Para hepatite C crônica, o tratamento é indicado se os dois achados abaixo estiverem presentes:

  • Níveis elevados de enzimas hepáticas.
  • A biópsia mostra que a inflamação está progredindo e que o desenvolvimento de fibrose continua.

O tratamento varia com base no tipo de vírus da hepatite C causando a infecção. Novos medicamentos antivirais para tratar a hepatite C estão sendo desenvolvidos e, portanto, os tratamentos recomendados estão mudando rapidamente.

Muitos medicamentos antivirais estão disponíveis para o tratamento da hepatite C. Estes incluem sofosbuvir, daclatasvir, paritaprevir, ritonavir, ombitasvir, dasabuvir, telaprevirboceprevir, simeprevir, elbasvir, grazoprevir, velpatasvir, glecaprevir, pibrentasvir e ribavirina (todos tomados por via oral).

O tratamento pode durar de 8 a 24 semanas. O tratamento da hepatite C pode eliminar o vírus do corpo e, portanto, parar a inflamação, prevenindo a formação de cicatrizes, que podem levar à cirrose.

Ribavirina, telaprevir, boceprevir e simeprevir podem provocar defeitos congênitos. Homens e mulheres que precisam tomar esses medicamentos devem usar métodos anticoncepcionais durante o tratamento e durante seis meses após o término do tratamento.

Se a infecção crônica pelo vírus da hepatite C tiver causado lesão grave no fígado, pode ser feito um transplante de fígado. Depois do transplante do fígado, pessoas com hepatite C são frequentemente tratadas com medicamentos antivirais, que melhoram suas chances de cura.

Depois de completado o tratamento, os médicos fazem exames de sangue para determinar quanto material genético do vírus está presente. Se nada for detectado entre 12 e 24 semanas após o tratamento, a depender do regime de tratamento usado, é provável que a pessoa esteja curada.

Fonte: Por Anna E. Rutherford, MD, MPH, Harvard Medical School, traduzido por Momento Saúde

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