Você sabia que existe uma pneumonia silenciosa?
Quem sofre com essa condição não apresenta os tradicionais sintomas da doença, a exemplo de falta de ar, febre e dor no peito.
Como tudo parece bem, é comum que o paciente demore a buscar socorro.
Ele procura ajuda médica apenas quando os pulmões já estão bastante comprometidos.
O quadro é grave, pois leva à hipóxia – que compromete o fornecimento de oxigênio para as células do corpo, elevando o risco de morte.
Então, como descobrir a pneumonia silenciosa se não há sintomas clássicos?
Neste artigo, você vai ver que é possível identificar pequenos sinais de que algo não anda bem com o sistema respiratório, permitindo um diagnóstico precoce.
Uma boa dica para manter os cuidados preventivos em dia é a telemedicina, que possibilita a observação da pneumonia em estágio inicial.
O que é pneumonia silenciosa?
Pneumonia silenciosa é um termo popular que se refere aos casos em que não há manifestação típica da doença.
Ou seja, quando há ausência de sintomas de pneumonia.
Lembrando que a pneumonia é uma infecção pulmonar que pode atingir diversas partes desse órgão.
De acordo com o Ministério da Saúde, os sinais da patologia incluem:
- Febre alta
- Tosse
- Dor no peito
- Confusão mental
- Mal-estar generalizado
- Alterações da pressão arterial
- Falta de ar
- Secreção de muco purulento (catarro) de cor amarelada ou esverdeada
- Toxemia (danos provocados pelas toxinas carregadas pelo sangue)
- Fraqueza.
Esses sintomas não são observados nas vítimas de pneumonia silenciosa, que podem perceber a doença somente quando sofrem uma piora repentina.
Se não houver tratamento em tempo hábil, a infecção pode ser fatal.
Por que a pneumonia pode ser silenciosa?
Portanto não existe um consenso sobre os fatores que podem impedir a manifestação dos sintomas típicos desde o início da infecção nos pulmões.
Contudo, o termo “pneumonia silenciosa” ganhou destaque no último ano, especialmente por sua relação com casos graves de Covid-19.
Lembrando que a patologia é provocada por um vírus respiratório, com possibilidade de gerar quadros infecciosos nos pulmões.
Logo no início da pandemia, médicos de diferentes países relataram um tipo de pneumonia diferente em vítimas do coronavírus.
Já essas pessoas pareciam estar bem, mas a saturação de oxigênio estava baixa.
O problema deveria causar incômodos como falta de ar e fraqueza, porém, não havia sintomas.
Caso não fossem examinados por outros motivos, eles só corriam ao pronto-socorro quando os pulmões estavam bastante comprometidos.
Portanto uma das explicações pode estar na existência de diferentes faixas de manifestação da pneumonia de indivíduo para indivíduo, interferindo na percepção da doença.
Mas em entrevista, Carlos Carvalho, diretor da Divisão de Pneumologia do Instituto do Coração (Incor), citou a “carga genética, virulência e condição prévia do sistema respiratório” como fatores que interferem na manifestação de sintomas.
Outra causa da pneumonia silenciosa pode ter sido desvendada em estudo (em inglês) conduzido por equipe da Universidade de Göttingen, na Alemanha.
Já os dados coletados revelaram que metade da amostra da pesquisa correspondia a pacientes com baixa oxigenação, no entanto, com pulmões capazes de se expandir quase normalmente.
O resultado foi explicado pelo médico Richard Levitan, do hospital Bellevue, em Nova York:
“Os pulmões permanecem inicialmente ‘complacentes’, ainda não rígidos ou cheios de fluidos. Isso significa que o paciente pode expelir dióxido de carbono — e, sem o acúmulo de dióxido de carbono, os pacientes não sentem falta de ar.”
Por fim, especialistas mencionam ainda a presença de trombose em vasos pulmonares de pacientes com pneumonia silenciosa.
A trombose leva à formação de coágulos que bloqueiam a passagem do sangue.
No caso das vítimas analisadas, o bloqueio impediu que o sangue chegasse aos alvéolos pulmonares, responsáveis por realizar as trocas gasosas indispensáveis para a respiração.
Quais os sintomas de pneumonia silenciosa?
Apesar de não haver sinais comuns de manifestação da doença, será que existem sintomas de pneumonia silenciosa?
Na verdade, a hipóxia ou carência de oxigênio desencadeada pela infecção pulmonar costuma dar ao menos alguns indícios.
Muitas vezes, eles passam despercebidos pelo paciente e pessoas em redor, ou são interpretados como consequência de outros problemas de saúde.
Um exemplo é a necessidade de respirar de forma profunda e rápida, que pode ser tomada por consequência de um esforço físico.
No entanto, serve para compensar a baixa taxa de oxigênio no organismo e, se não for tratada rapidamente, leva à insuficiência respiratória aguda.
A respiração ofegante, indisposição e cansaço crônico também podem sinalizar problemas respiratórios.
Diante desses sintomas, é vital buscar ajuda médica, especialmente se o paciente for criança, idoso ou portador de doenças que diminuem a eficiência do sistema imunológico.
Anemia falciforme, aids e câncer estão entre os males que comprometem o funcionamento do sistema de defesa do corpo.
Confira, a seguir, uma lista com sinais de alerta para a pneumonia silenciosa:
- Respiração profunda e rápida – pode ser identificada com a realização de atividade física, que acentua o sintoma
- Respiração ofegante, mesmo em repouso
- Indisposição ou cansaço crônico
- Baixa saturação de oxigênio, que pode ser medida em casa com o suporte de um oxímetro. Esse aparelho é como um termômetro para o nível de oxigênio no sangue.
O alerta é redobrado para imunodeprimidos e indivíduos com diagnóstico de covid-19, que devem receber assistência médica assim que notarem qualquer dos sinais acima.
Idosos e crianças também precisam de monitoramento constante e podem apresentar sintomas complementares como febre baixa.
Nesta notícia, o presidente do Departamento de Pneumologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SP-SP), Alfonso Eduardo Alvarez, explica que:
“Se a criança está prostrada durante um episódio de febre, toma um antitérmico e volta a ficar disposta, é um bom sinal. Mas se quando a febre baixa ela continua abatida, é preciso ficar atento. Isso não vale apenas para pneumonia, mas qualquer outra infecção. Nesses casos, é importante sempre buscar um pediatra.”
Como é a pneumonia silenciosa?
As formas de contágio da pneumonia silenciosa coincidem com a doença que manifesta os sintomas típicos.
Ambas são causadas por um agente infeccioso, que pode ser uma bactéria, vírus, fungo ou substância tóxica.
Em geral, esse agente é inalado e entra em contato com as estruturas pulmonares responsáveis pelas trocas gasosas que viabilizam a respiração: os alvéolos.
Começa, então, uma reação inflamatória capaz de atingir diversas áreas dos pulmões, prejudicando a oferta de oxigênio para os órgãos e tecidos do corpo.
Essa condição é chamada de hipóxia e vai minando a capacidade de funcionamento dos sistemas, pois as células não recebem a energia de que precisam.
O que parece estar por trás da ausência de sintomas nos quadros de pneumonia silenciosa é uma diferença na evolução do processo inflamatório.
Enquanto na doença sintomática a inflamação tende a se expandir, na silenciosa foram observados pequenos focos de inflamação.
Apenas quando eles se juntam ou predominam nos pulmões é que o paciente tende a reparar nos sintomas, que já são graves devido à falta de oxigênio no corpo.
Nesse momento, pode haver falta de ar, prostração, desmaios e problemas de pressão.
Sem tratamento, são altas as chances de evolução para insuficiência pulmonar aguda, condição que pode ser fatal.
Tratamento para a pneumonia silenciosa
Para salvar a vida do paciente, os médicos recorrem a procedimentos como a intubação e administração de oxigênio de forma artificial.
Simultaneamente, utilizam terapias com medicamentos para combater o agente infeccioso que provocou a pneumonia.
Se for de causa bacteriana, por exemplo, antibióticos serão ministrados ao paciente.
Agentes virais que desencadeiam pneumonias graves, como o coronavírus, podem ser mais difíceis de tratar.
Eles exigem protocolos específicos para melhorar a resposta às terapias.
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