Insônia e sonolência excessiva durante o dia

Compartilhe esse artigo:

WhatsApp
Telegram
LinkedIn
Facebook
Twitter

Os problemas relacionados com o sono mais comumente relatados são a insônia e a sonolência excessiva durante o dia.

insônia consiste na dificuldade em adormecer ou em continuar a dormir, desperta-se cedo, ou uma perturbação na qualidade do sono fazendo com que o sono pareça insuficiente ou desajustado.

A sonolência excessiva durante o dia se refere às pessoas ficarem anormalmente sonolentas ou adormecerem durante o dia.

A dificuldade em adormecer e manter o sono e acordar mais cedo do que o desejado é um evento comum entre os jovens e as pessoas mais velhas. Cerca de 10% dos adultos sofre de insônia de longa duração (crônica) e 30 a 50% sofrem de insônia em algum momento.

Você sabia …

  • Quase metade das pessoas têm insônia uma vez ou outra.
  • Soníferos vendidos com receita médica e soníferos de venda livre que contêm difenidramina não são boas opções para o tratamento da insônia.
  • O melhor tratamento para a insônia é a terapia cognitivo-comportamental, que inclui alterações no comportamento para melhorar o sono.
  • Quando o sono é perturbado, as pessoas, algumas vezes, não se sentem bem durante o dia. As pessoas com insônia ou sonolência excessiva durante o dia ficam com sono, cansadas e irritadas durante o dia e têm dificuldade de trabalhar e se concentrar. As pessoas com sonolência excessiva durante o dia podem adormecer ao trabalhar ou dirigir.

Existem diferentes tipos de insônia:

 

  • Dificuldade em adormecer (insônia no início do sono): Comumente, as pessoas têm dificuldade em adormecer quando não podem deixar a sua mente relaxar e continuam pensativas e preocupadas. Às vezes, o corpo não está pronto para o sono no horário que é considerado habitual para dormir. Ou seja, o relógio interno do corpo está fora de sincronia com o ciclo de claro e escuro da Terra – conforme pode ocorrer com muitos tipos de distúrbios do sono ligados ao ritmo circadiano, como doença da fase de sono atrasado, disfunção pelo trabalho por turno e defasagem de horário.
  • Dificuldade em permanecer dormindo e acordar mais cedo do que o desejado (insônia de manutenção do sono): As pessoas que apresentam esse tipo de insônia normalmente adormecem, mas acordam, algumas horas depois, e não conseguem voltar a adormecer com facilidade. Outras vezes, elas têm um sono inquieto e pouco reabilitador. A insônia de manutenção do sono é mais comum entre pessoas mais velhas, que são mais propensas a ter dificuldade em permanecer dormindo do que as pessoas mais jovens. Ela pode ocorrer em pessoas que usam determinadas substâncias (como cafeína, álcool ou tabaco) ou que tomam determinados medicamentos e em pessoas que apresentam determinados distúrbios do sono (como apneia do sono ou doença de movimento periódico dos membros). Esse tipo de insônia pode ser um sinal de depressão em pessoas de qualquer idade.

Causas

A insônia e a sonolência excessiva durante o dia podem ser causadas por doenças internas ou externas do corpo. Algumas doenças causam insônia e sonolência excessiva durante o dia, e algumas causam uma ou outra.

Outras pessoas têm insônia crônica que tem pouca ou nenhuma relação aparente com qualquer causa particular. Fatores genéticos podem estar envolvidos.

Causas comuns

A insônia é mais frequentemente causada por:

 

  • Maus hábitos de sono, como consumir bebida com cafeína ao cair da tarde ou à noite, fazer exercícios tarde da noite ou ter um ritmo de dormir e acordar irregular
  • Distúrbios de saúde mental, particularmente depressão, ansiedade e transtornos de abuso de substâncias
  • Outros problemas, como problemas cardíacos e pulmonares, doenças que afetam os músculos ou os ossos, ou dor crônica
  • Estresse, como aquele devido à hospitalização ou perda de um trabalho (chamado insônia de ajuste)
  • Excesso de preocupação com a falta de sono e outro dia de fadiga (chamado de insônia psicofisiológica)
  • Dormir tarde ou cochilar para compensar o sono perdido pode tonar ainda mais difícil dormir durante a próxima noite.

A sonolência excessiva durante o dia é mais frequentemente causada por:

 

  • Sono insuficiente, apesar de ter ampla oportunidade de dormir (chamada de síndrome do sono insuficiente)
  • Apneia do sono obstrutiva (uma doença grave em que a respiração para frequentemente durante o sono)
  • Várias doenças, principalmente distúrbios de saúde mental, doenças cerebrais ou dos nervos (neurológicas) (como encefalite, meningite, um tumor cerebral ou narcolepsia) e doenças que afetam os músculos ou os ossos
  • Os problemas que interrompem o horário interno de sono-vigília das pessoas (perturbações do ritmo circadiano), como as alterações causadas pelo fuso horário e o trabalho por turnos

A maioria dos principais distúrbios de saúde mental vem acompanhada de insônia e sonolência excessiva durante o dia.

Cerca de 80% das pessoas com transtorno depressivo maior têm sonolência excessiva durante o dia e insônia, e cerca de 40% das pessoas com insônia crônica têm um distúrbio de saúde mental, geralmente depressão ou transtorno de ansiedade.

Qualquer problema que provoca dor ou desconforto, principalmente se agravado pelo movimento, pode causar despertares breves e interferir no sono.

Causas menos comuns

Medicamentos, quando utilizados por um longo período ou quando interrompidos (abstinência), podem causar insônia e sonolência excessiva durante o dia.

Muitas drogas que alteram a mente (psicoativas) podem causar movimentos anormais durante o sono e podem perturbar o sono. Os sedativos que são comumente prescritos para tratar a insônia podem causar irritabilidade e apatia e reduzir o estado de alerta mental. Além disso, se um sedativo for tomado por mais de alguns dias, parar o uso do sedativo pode agravar subitamente o problema inicial do sono.

Às vezes, a causa é um distúrbio do sono.

A apneia do sono central ou obstrutiva muitas vezes é identificada pela primeira vez quando as pessoas relatam insônia ou sono perturbado ou não revigorante.

Também ocorre em pessoas que apresentam outras doenças (como uma doença cardíaca) ou que tomam determinados medicamentos. A apneia do sono central ou obstrutiva faz com que a respiração fique curta ou pare várias vezes ao longo da noite.

Narcolepsia é um distúrbio do sono caracterizado pela sonolência excessiva durante o dia com episódios incontroláveis ​​de adormecimento durante as horas normais quando se está acordado e episódios repentinos e temporários de fraqueza muscular (chamado cataplexia).

A doença de movimento periódico dos membros interrompe o sono, pois provoca espasmos repetidos ou chutes das pernas durante o sono. Como resultado, as pessoas ficam com sono durante o dia. Normalmente, as pessoas com doença de movimento periódico dos membros não estão conscientes de seus movimentos e dos breves momentos em que acordam logo em seguida.

A síndrome das pernas inquietas torna difícil o adormecer e a sua permanência, pois as pessoas sentem como se tivessem que mover suas pernas e, menos frequentemente, seus braços, ao sentar ou deitar. As pessoas geralmente também têm sensações de formigamento e arrepio nos membros.

Avaliação

Normalmente, a causa da insônia pode ser identificada com base na descrição atual do problema da pessoa e pelos resultados de um exame físico. Muitas pessoas têm problemas óbvios, como maus hábitos de sono, estresse, ou executam trabalhos por turnos.

Sinais de alerta

Alguns sintomas são motivos de preocupação:

 

  • Adormecer ao dirigir ou durante outras situações potencialmente perigosas
  • Adormecer frequentemente sem aviso
  • Parar a respiração durante o sono ou acordar com dificuldade para respirar ou asfixia (relatado por um(a) companheiro(a))
  • Mover-se violentamente ou machucar a si próprio ou aos outros durante o sono
  • Sonambulismo
  • Um problema cardíaco ou pulmonar que muda constantemente (é instável)
  • Ataques de fraqueza muscular (ataques de cataplexia)
  • Um recente acidente vascular cerebral

Quando consultar um médico

As pessoas devem consultar logo um médico se apresentarem sinais de alerta ou se os seus sintomas relacionados ao sono interferirem em suas atividades diárias.

Se pessoas saudáveis ​​tiverem sintomas relacionados ao sono por um curto período (menos de uma ou duas semanas), mas não tiverem sinais de alerta, elas podem tentar implementar mudanças de comportamento que podem auxiliar a melhorar o sono. Se estas alterações não ajudarem após uma semana, devem consultar um médico.

O que o médico faz

O médico pergunta às pessoas sobre o seguinte:

 

  • Seus padrões de sono
  • Hábitos na hora de dormir
  • Uso de medicamentos (incluindo drogas ilícitas)
  • Uso de outras substâncias (como álcool, cafeína e tabaco)
  • Grau de estresse
  • Histórico clínico
  • Nível de atividade física

O médico pede que mantenham um registro do sono. Nele, é registrada uma descrição detalhada de seus hábitos de sono, horários de dormir e acordar (incluindo o despertar durante a noite), uso de cochilos e quaisquer problemas com o sono. Ao considerar o diagnóstico de insônia, o médico considera que algumas pessoas precisam dormir menos do que outras.

Se as pessoas têm sonolência excessiva durante o dia, o médico pode solicitar que elas preencham um questionário, como a escala de sonolência de Epworth, indicando qual a probabilidade de adormecer em várias situações. O médico pode pedir que o(a) seu(sua) companheiro(a) de sono descreva qualquer anormalidade que ocorra durante o sono, como o ressonar e pausas na respiração.

É realizado um exame físico para verificar a existência de problemas que possam causar insônia ou sonolência excessiva durante o dia, principalmente apneia do sono obstrutiva.

Exames

Os testes não são necessários se os sintomas sugerirem uma causa como maus hábitos de sono, estresse, distúrbio do trabalho por turnos ou síndrome das pernas inquietas (uma necessidade irresistível de mover as pernas ou os braços pouco antes ou durante o sono).

Às vezes, os médicos encaminham as pessoas a um especialista em distúrbios do sono para avaliação em um laboratório do sono. As razões para o referido encaminhamento incluem:

 

  • Um diagnóstico incerto
  • Suspeita de certas doenças (como apneia do sono, transtorno convulsivo, narcolepsia e doença de movimento periódico dos membros)
  • A insônia ou sonolência excessiva durante o dia persiste apesar das medidas básicas para corrigi-la (mudar o comportamento para melhorar o sono e tomar soníferos por um curto período)
  • A presença de sinais de alerta ou outros sintomas como pesadelos e espasmos nas pernas ou braços durante o sono
  • Dependência de soníferos

A avaliação consiste em realizar uma polissonografia e observar (e as vezes por meio de registro em vídeo) os movimentos anômalos, durante toda a noite. Às vezes, outros testes também são realizados.

A polissonografia é geralmente realizada durante a noite em um laboratório do sono, que pode estar situado em um hospital, em uma clínica, em um quarto de hotel, ou em uma outra instalação que esteja equipada com uma cama, um banheiro e um equipamento de monitoramento.

Os eletrodos são colados no couro cabeludo e no rosto para registrar a atividade elétrica do cérebro (eletroencefalografia, ou EEG), bem como os movimentos do olho. Aplicar esses eletrodos é indolor. Os registros ajudam a fornecer aos médicos as informações sobre as fases do sono. Os eletrodos também são fixados a outras áreas do corpo para registrar a frequência cardíaca (eletrocardiograma, ou ECG), a atividade muscular (eletromiografia) e a respiração.

Um clipe indolor é anexado num dedo ou numa orelha para gravar os níveis de oxigênio no sangue. A polissonografia pode detectar problemas respiratórios (como a apneia do sono obstrutiva ou central), transtornos convulsivos, narcolepsia, doença de movimento periódico dos membros e movimentos e comportamentos incomuns durante o sono (parassonias). Atualmente, a polissonografia é comumente realizada em domicílio para diagnosticar apneia obstrutiva do sono, porém nenhum outro distúrbio do sono.

Um teste de latência múltipla do sono é realizado para distinção entre a fadiga física e sonolência excessiva durante o dia e para verificar se há narcolepsia. As pessoas passam o dia em um laboratório do sono. Elas têm a oportunidade de tirar cinco cochilos em intervalos de duas horas. Elas se deitam em um quarto escuro e pede-se que tirem um cochilo. A polissonografia é utilizada como parte do teste para avaliar a rapidez com que as pessoas adormecem. Ela detecta quando as pessoas adormecem e é utilizada para monitorar as fases do sono durante os cochilos.

O teste de manutenção da vigília é utilizado para determinar o quão bem as pessoas podem permanecer acordadas enquanto estiverem sentadas em uma sala silenciosa. Este teste ajuda a determinar o quão intensa está a sonolência diurna e se as pessoas podem, com segurança, realizar suas atividades diárias habituais (como dirigir um carro).

Testes para avaliar o coração, pulmões e fígado podem ser feitos em pessoas com sonolência excessiva durante o dia se os sintomas ou resultados do exame físico sugerirem que a causa provém de outro problema.

Tratamento

O tratamento da insônia depende da sua causa e gravidade, mas normalmente envolve uma combinação dos seguintes:

 

  • Tratamento de distúrbios que contribuem para a insônia
  • Boa higiene do sono
  • Terapia cognitivo-comportamental
  • Soníferos

Quando a insônia tem origem em outro problema, este deve ser tratado. O referido tratamento pode melhorar o sono. Por exemplo, se as pessoas tiverem insônia e depressão, tratar a depressão muitas vezes alivia a insônia.

Alguns antidepressivos também têm efeitos sedativos que ajudam com o sono, quando os medicamentos são dados antes de dormir. No entanto, esses medicamentos também podem causar sonolência durante o dia, particularmente em pessoas idosas.

Uma boa higiene do sono é importante, qualquer que seja a causa, e muitas vezes é o único tratamento que os pacientes com problemas leves necessitam.

Porém, se houver sonolência diurna e fadiga, especialmente se elas interferirem no funcionamento durante o dia, o tratamento adicional é justificado, principalmente aconselhamento (terapia cognitivo-comportamental) e, às vezes, sonífero disponível com receita ou soníferos de venda livre.

Se as pessoas estiverem considerando a ingestão de um sonífero de venda livre, elas devem primeiro conversar com seu médico, pois esses medicamentos podem ter efeitos colaterais significativos.

O álcool não é apropriado para auxiliar o sono e, na verdade, pode interferir no sono.

Higiene do sono

A higiene do sono foca em alterações no comportamento para ajudar a melhorar o sono. Essas alterações incluem limitar a quantidade de tempo gasto na cama, estabelecer um ritmo regular de dormir e acordar, e fazer coisas para relaxar antes de ir para a cama (como ler ou tomar um banho quente). O objetivo de limitar a quantidade de tempo gasto na cama é ajudar a eliminar longos períodos acordado no meio da noite.

Terapia cognitivo-comportamental

A terapia cognitiva comportamental, realizada por um terapeuta de sono treinado, pode ajudar as pessoas quando a insônia interfere nas atividades diárias e quando somente mudanças no comportamento para ajudar a melhorar o sono (boa higiene do sono) forem ineficazes. A terapia cognitivo-comportamental é feita normalmente em quatro a oito sessões individuais ou em grupo, mas pode ser feita remotamente pela internet ou por telefone.

O terapeuta ajuda as pessoas a mudar seu comportamento para melhorar o sono. O terapeuta solicita às pessoas que mantenham um diário de sono. No diário, as pessoas registram o quão bem e por quanto tempo elas dormem, bem como qualquer comportamento que possa interferir no sono (como comer ou exercitar-se tarde da noite, consumir álcool ou cafeína, sentir-se ansioso ou não ser capaz de parar de pensar ao tentar dormir).

Os terapeutas podem recomendar limitar a quantidade de tempo gasto na cama para que as pessoas passem menos tempo deitadas na cama tentando, sem sucesso, dormir.

A terapia cognitiva comportamental ajuda as pessoas a entenderem seus problemas, desaprenderem maus hábitos de sono e a eliminarem pensamentos inúteis, como se preocupar em perder o sono ou as atividades do dia seguinte. Esta terapia também inclui treino de relaxamento que pode envolver técnicas como imagens visuais, relaxamento muscular progressivo e exercícios de respiração.

Prescrição de soníferos

Quando um distúrbio do sono interfere com as atividades normais e com a sensação de bem-estar, obter ocasionalmente a prescrição de soníferos (também chamado de hipnóticos ou pílulas para dormir), por até algumas semanas, pode ajudar.

Entre os soníferos mais comumente utilizados estão os sedativos, tranquilizantes menores e medicamentos ansiolíticos.

A maioria dos soníferos exige receita médica, pois podem causar problemas.

 

  • Perda de eficácia: Depois que as pessoas se acostumam a um sonífero, ele pode se tornar ineficaz. Esse efeito é chamado de tolerância.
  • Sintomas de abstinência: Quando se toma um sonífero por mais tempo que alguns dias, sua interrupção pode subitamente agravar o problema inicial de sono (causando insônia de ressalto), e pode aumentar a ansiedade. Assim, os médicos recomendam a redução da dose lentamente ao longo de um período de várias semanas até que o medicamento seja interrompido.
  • Potencial de dependência e vício: Se as pessoas utilizam determinados soníferos por mais tempo que alguns dias, elas podem sentir que não conseguem dormir sem eles. Parar o medicamento as torna ansiosas, nervosas e irritadas ou provoca sonhos perturbadores.
  • Potencial de overdose: Se for tomado em doses superiores às recomendadas, alguns soníferos mais antigos podem causar confusão, delirium, respiração perigosamente lenta, pulso fraco, unhas e lábios azuis e até mesmo a morte.
  • Efeitos colaterais graves: Muitos soníferos, mesmo quando tomados nas doses recomendadas, são particularmente perigosos no caso dos idosos e das pessoas que sofrem de problemas respiratórios, pois tendem a inibir as zonas do cérebro que controlam a respiração. Alguns podem reduzir o estado de alerta durante o dia, tornando perigosa a ação de dirigir ou operar uma máquina. Os soníferos são especialmente perigosos quando tomados com outros medicamentos que podem causar sonolência durante o dia e suprimir a respiração, tais como o álcool, opioides (narcóticos), anti-histamínicos ou antidepressivos. Os efeitos combinados são mais perigosos. Raramente, especialmente se tomados em doses superiores às recomendadas ou com álcool, foram descobertos casos em que os soníferos fizeram com que as pessoas caminhassem ou até mesmo dirigissem durante o sono e causaram reações alérgicas graves. Os soníferos também aumentam o risco de quedas durante a noite.

Os soníferos mais novos podem ser utilizados por períodos mais longos sem perderem sua eficácia, se tornarem viciantes ou causarem sintomas de abstinência. Eles também são menos perigosos se uma superdosagem for tomada.

Benzodiazepinas são os soníferos mais consumidos. Algumas benzodiazepinas (como flurazepam) possuem ação mais longa do que outros (como temazepam e triazolam). Os médicos tentam evitar a prescrição de benzodiazepinas de longa ação para idosos. Idosos não conseguem metabolizar e excretar os medicamentos tão bem quanto as pessoas mais jovens. Dessa forma, para eles, fazer uso desses medicamentos pode torná-los mais propensos a sonolência durante o dia, fala arrastada, quedas e, ocasionalmente, confusão.

Outros soníferos úteis não são as benzodiazepinas, mas afetam as mesmas áreas do cérebro que as benzodiazepinas. Esses medicamentos (eszopiclona, zaleplona e zolpidem) são de ação mais curta do que a maioria das benzodiazepinas e são menos propensos a levar à sonolência durante o dia. Os idosos parecem tolerar bem esses medicamentos. O zolpidem também vem em uma forma de ação mais longa (liberação prolongada ou ER (extended-release)) e uma forma de ação muito curta (em doses baixas).

O ramelteon, um sonífero mais recente, tem as mesmas vantagens que esses medicamentos que atuam de forma mais curta. Além disso, ele pode ser utilizado por mais tempo que as benzodiazepinas, sem perder a sua eficácia ou causar sintomas de abstinência. Ele não é viciante e não parece ter potencial de overdose. No entanto, para muitas pessoas ele não é eficaz. O ramelteon afeta a mesma área do cérebro que a melatonina (hormônio que ajuda a promover o sono) e é, portanto, chamado de agonista do receptor de melatonina.

Suvorexanto, um tipo de sonífero mais novo, também pode ser utilizado para tratar insônia.

Soníferos de venda livre

Alguns soníferos estão disponíveis sem receita médica, mas um sonífero de venda livre pode não ser mais seguro que um sonífero disponível com receita, especialmente para idosos. Os soníferos de venda livre contêm difenidramina ou doxilamina, ambos anti-histamínicos, que podem ter efeitos colaterais, como a sonolência durante o dia ou, por vezes, nervosismo, agitação, dificuldade em urinar, quedas e confusão, especialmente em idosos.

Os soníferos de venda livre que contêm difenidramina não devem ser tomados por mais de 7 a 10 dias. Geralmente, os idosos não devem tomar esses soníferos. Destinam-se a gerir uma noite ocasional sem dormir, não a insônia crônica, o que pode sinalizar um grave problema subjacente. Se esses medicamentos forem utilizados por muito tempo ou suspendidos abruptamente, eles podem causar problemas.

A melatonina é um hormônio que ajuda a promover o sono e que regula o ciclo sono-vigília. Ela pode ser usada para tratar a insônia. Ela pode ser eficaz quando os problemas de sono forem causados ​​por consistentemente ir dormir e acordar tarde (por exemplo, ir dormir às 3 horas da manhã e acordar às 10 horas ou mais tarde) — chamada de doença da fase de sono atrasado. Para ser eficaz, a melatonina deve ser tomada quando o corpo produz normalmente a melatonina (início da noite para a maioria das pessoas).

O uso de melatonina para insônia é controverso, mas, como tem poucos efeitos colaterais, ela é segura para uso. Ela pode ser eficaz para uso durante curtos períodos (algumas semanas), mas os seus efeitos em longo prazo ainda são desconhecidos. Além disso, produtos de melatonina não são regulamentados, e, portanto, a pureza e o conteúdo não podem ser confirmados. O médico deve supervisionar o uso de melatonina.

Muitas outras ervas medicinais e suplementos alimentares, como a “skullcap” e a valeriana estão disponíveis em lojas de alimentos saudáveis, mas os seus efeitos sobre o sono e seus efeitos colaterais não são bem compreendidos.

Antidepressivos

Alguns antidepressivos (tais como a paroxetina, trazodona e trimipramina) podem aliviar a insônia e prevenir o despertar precoce pela manhã quando administrados em doses mais baixas do que aqueles utilizados ​​para tratar a depressão. Esses medicamentos podem ser utilizados em casos raros onde pessoas que não estão deprimidas não toleram outros soníferos. No entanto, os efeitos colaterais, bem como a sonolência durante o dia, pode ser um problema, especialmente para idosos.

A doxepina, utilizada como um antidepressivo quando administrada em doses elevadas, pode ser um sonífero eficaz quando administrada em doses muito baixas.

Informações essenciais para idosos: Insônia e sonolência excessiva durante o dia

Devido ao fato de os padrões de sono se deteriorarem com o envelhecimento, os idosos são mais propensos do que as pessoas mais jovens a relatar casos de insônia. Conforme as pessoas envelhecem, elas tendem a dormir menos e despertar mais vezes durante a noite e se sentir sonolentas e tirar um cochilo durante o dia. Os períodos de sono profundo, que são os mais revigorantes, se tornam mais curtos e acabam desaparecendo. Normalmente, essas mudanças em si não indicam um distúrbio do sono nos idosos.

Idosos que apresentam o sono interrompido podem se beneficiar do seguinte:

  • Horários de dormir regulares
  • Muita exposição à luz durante o dia
  • Exercício físico regular
  • Menos cochilos durante o dia (porque cochilar pode fazer com que uma boa noite de sono seja ainda mais difícil)

Muitos idosos com insônia não precisam tomar soníferos. Mas, se o fizerem, eles devem ter em mente que esses medicamentos podem causar problemas. Por exemplo, os soníferos podem causar confusão e reduzir o estado de alerta diurno, tornando a condução perigosa. Portanto, precauções são necessárias.

Fonte: Por Richard J. Schwab, MD, University of Pennsylvania, Division of Sleep Medicine traduzido por Momento Saude

Compartilhe esse artigo:

WhatsApp
Telegram
LinkedIn
Facebook
Twitter